Só estrutura não é o suficiente 

É indiscutível a força da Frente Popular durante o processo eleitoral, e o tempo de manutenção dos governos do PSB no Recife e no Estado são a prova disso. Por outro lado, existe um desgaste natural de quem está à frente de uma gestão por um longo período. Esse ano são 11 candidaturas oposicionistas, que em um eventual segundo turno podem quebrar com a hegemonia socialista.

Durante a semana, o deputado João Campos (PSB) acabou entrando em duas contradições. A primeira foi criticar Mendonça Filho (DEM), tentando colar sua imagem ao do ex-presidente Michel Temer (MDB). O jovem só esqueceu que os votos dos deputados do seu partido foram fundamentais para o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e em consequência levou Temer à Presidência da República.

Outro fato foi o encontro que João teve com o reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Alfredo Gomes, juntamente com alguns membros das pró-reitorias. A reunião era parte da agenda de campanha e buscava ampliar parcerias entre a prefeitura e a universidade. Com um dia depois, veio a notícia que o jovem negou a participação em um debate organizado por essa mesma universidade com os prefeituráveis da capital pernambucana. Após repercussão negativa, João deputado recuou e resolveu marcar presença.

Se abster dos debates é subestimar o eleitor, que aguarda por esse momento para conhecer as propostas e projetos para a cidade. O ato também acaba transparecendo despreparo e insegurança. Se o herdeiro de Eduardo Campos apostar na estratégia da ausência, pode acabar criando uma sequência de fatos negativos difícil de reverter, mesmo contando com a estrutura comandada pelos seus padrinhos políticos a seu favor.

Oportunidade – O primeiro debate entre os candidatos a prefeito do Recife está marcado para acontecer na próxima segunda-feira (28), das 19h30 às 21h30, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da UFPE. Já confirmaram presença os candidatos Charbel (Novo), Coronel Alberto Feitosa (PSC), Delegada Patrícia Domingos (Podemos), Marília Arraes (PT), Mendonça Filho (DEM), Thiago Santos (UP), João Campos (PSB) e Marco Aurélio (PRTB).

Intimidação – Em live realizada ontem (24), a candidata a prefeita do Recife, Patrícia Domingos (Podemos), relatou que recebeu uma notificação da Corregedoria da Polícia Civil de Pernambuco pedindo explicações sobre uma fala em relação ao fechamento da Decasp, que ela fez em fevereiro deste ano, quando se filiou ao Podemos. “Não aceito esse tipo de intimidação”, disse a pré-candidata durante o vídeo.

Transparência – Foi aprovada ontem (24), Uma Lei de autoria do deputado estadual Romero Sales Filho (PTB), que dispõe sobre a divulgação de informações sobre obras públicas em andamento, pelos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado de Pernambuco. Ainda deverão constar, no mesmo site, o cronograma de execução e a justificativa em caso de paralisação ou atraso. “O acesso a informação é direito de todo cidadão”, afirmou. 

Polêmica – Como já é de costume, desde o início do governo Bolsonaro, os titulares que passaram pelo MEC têm se envolvido em polêmica. Com Milton Ribeiro não foi diferente. Ele associou a homossexualidade a desajuste familiar e acabou causando a ira da classe política e de entidades LGBTs do país. 

Cresceu – A aprovação do governo Bolsonaro subiu para 40%, de acordo com pesquisa do Instituto Ibope divulgada ontem (24). Este é o maior percentual desde o início de seu mandato. Em dezembro do ano passado, o índice estava em 29%. Os níveis de confiança no presidente e aprovação à sua maneira de governar também aumentaram, enquanto a rejeição caiu.