Coluna do sábado

Após um longo período em baixa e distante dos holofotes, o senador Renan Calheiros (MDB) voltou à cena. Ele não só foi indicado para integrar a CPI da Covid, como também será o relator do processo. Crítico do presidente Jair Bolsonaro, o alagoano será o responsável por dar rumo aos trabalhos que podem apontar supostas irregularidades do governo federal na conduta da pandemia.

A posição estratégica que será ocupada por Renan tem gerado um desconforto no Palácio. Temendo o resultado final do relatório, a base governista atuou para interferir na titularidade da Comissão, tentando emplacar o senador Marcos Rogério (DEM) na vaga de Calheiros. Há 26 anos na Casa Alta, sendo presidente dela em três ocasiões, o emedebista conhece como poucos seu funcionamento.

Logo após ser anunciado entre os 11 senadores titulares que irão integrar a CPI, a tropa bolsonarista foi acionada e o parlamentar logo virou alvo de críticas pelo fato de ser réu no STF por corrupção e lavagem de dinheiro. Renan Calheiros surge com papel de destaque, justamente em um momento que o país atravessa a pior crise na saúde devido à Covid-19. Os próximos passos podem influenciar diretamente em 2022, interferindo no projeto de reeleição de Bolsonaro.

Defesa do aliado – Líder do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP) afirmou que a CPI da Covid foi criada para atingir Bolsonaro. O presidente nacional do PP assume que houve erros no enfrentamento à pandemia, mas afirma que a Comissão não ajudará a frear o avanço do coronavírus.

Recurso para leitos – O presidente Jair Bolsonaro editou Medida Provisória nesta sexta-feira (16), que abre crédito extraordinário no valor de R$ 2,6 bilhões em favor do Ministério da Saúde. A liberação tem o objetivo custear cerca 8 mil leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) nos estados. Com isso, segundo o governo federal, o incremento total de leitos de UTI será de R$ 21,3 mil desde o início do ano.

Kit intubação – Mais de 2,3 milhões de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) começaram a ser distribuídos pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (16). Os insumos foram adquiridos na China e doados ao governo federal por um grupo de empresas formado pela Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raíze. A previsão é de que os insumos cheguem na ponta em menos de 48 horas.

Ajuda – O Fórum de Governadores se reuniu nesta sexta-feira (16) com representantes da Organização das Nações Unidas e da Organização Mundial de Saúde para solicitar auxílio na viabilização de mais doses de vacinas. Os governadores solicitaram apoio das instituições internacionais para destravar o repasse de doses previstas no acordo do mecanismo Covax Facility, consórcio coordenado pela OMS.

Topo – O município de Águas Belas lidera o ranking de vacinação contra Covid-19 no Agreste Meridional. Desde que iniciou a campanha de vacinação, em 26 de janeiro, até a última quinta-feira (15), a Secretaria de Saúde contabilizou 8.135 pessoas que tomaram ao menos uma dose do imunizante, o que corresponde a 18,62% da população.