Arquidiocese pede que poderes se concentrem em salvar vidas

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Publicado por Américo Rodrigo
7 de março de 2021 às 17h00min
Foto: Divulgação/CNBB

A Arquidiocese de Olinda e Recife divulgou nota, neste domingo (07), afirmando que é contra a inclusão das atividades religiosas como serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus.

O documento assinado pelo arcebispo, dom Fernando Saburido, e pelo bispo, auxiliar dom Limacêdo Antonio da Silva, cobra dos governantes e legisladores que se dediquem a acabar com o escândalo das aglomerações nos transportes públicos e aprovem leis que visem dignidade aos desempregados e melhorias na assistência aos enfermos.

“Entendemos que em momento tão grave como estamos passando, quando cresce assustadoramente no Brasil o número de infectados e falecidos por conta da Covid-19, a preocupação com as celebrações nas igrejas não pode ser a principal. A prioridade deve ser salvar vidas”, afirma a nota.

Até sábado (06), Pernambuco tinha registrado 307.984 casos de Covid-19, sendo 11.153 mortes causadas pela doença. Com o aumento sustentado do número de novos infectados, o governo estadual restringiu o funcionamento de serviços não essenciais do dia 3 a 17 de março. No caso das igrejas, as atividades podem ocorrer, seguindo os protocolos de segurança, nos dias úteis até as 20h. Nos fins de semana, as celebrações devem ser virtuais.

No texto da arquidiocese, os pastores dizem que foram informados que a Assembleia Legislativa de Pernambuco deve discutir a inclusão das atividades religiosas como essenciais durante a pandemia, nesta segunda-feira (08). Aos deputados e à sociedade em geral, dom Saburido e dom Limacêdo explicam que reconhecem “a religião como grande conforto espiritual para a nossa vida, sobretudo nas ocasiões mais desafiadoras”.

“A prática religiosa independe do templo, conforme Mt 18,20: ‘Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles’. As pessoas podem fazer uso dos recursos da tecnologia para participar das celebrações, à distância, e realizar suas devoções em suas casas, em conjunto com sua família, como ‘Igreja Doméstica’, tão preconizada no Concílio Vaticano II e no Catecismo da Igreja Católica (cf. LG, 11; CIC 1655 – 1658)”, ponderam os bispos.

Por fim, a arquidiocese pede que todos concentrem energia no combate à pandemia ficando sempre que possível em casa, mantendo o distanciamento social, a higienização sobretudo das mãos, usando máscaras e não deixando de tomar a vacina quando chegar a vez. Os bispos também cobram dos gestores e parlamentares decisões que garantam condição de vida digna aos cidadãos.

Américo Rodrigo

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