Em delação, Élcio diz que Ronnie Lessa disparou contra carro de Marielle

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Publicado por Américo Rodrigo
24 de julho de 2023 às 12h10min
Foto: Divulgação

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (24) que o ex-policial militar Élcio Queiroz fez uma delação premiada e confessou sua participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). Élcio afirmou que a execução foi feita pelo policial militar reformado Ronnie Lessa e relatou a participação do bombeiro reformado Maxwell Simões Corrêa.

O ex-bombeiro foi preso pela Polícia Federal no começo da manhã. Ele foi condenado a 4 anos de prisão em 2021 por atrapalhar as investigações sobre o crime, mas cumpria a pena em regime aberto. Ele tinha sido preso em junho de 2020, por ser o dono do carro usado para esconder as armas utilizadas no assassinato.

Nesta segunda, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que, segundo a delação de Élcio Queiroz, Maxwell Corrêa atuava no “acompanhamento” e na “vigilância” da vereadora Marielle Franco. Ou seja, ele participou do planejamento e do encobertamente do crime. 

Élcio está preso preventivamente desde 2019, assim como Ronnie Lessa. A dupla aguarda júri popular. Em setembro de 2022, a Justiça do Rio de Janeiro rejeitou um recurso da defesa e manteve as prisões. Eles são réus por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio e receptação.

Dino afirmou que o depoimento de Élcio já está homologado pela Justiça. O ministro não detalhou a data exata da delação, nem o que foi acordado em troca das revelações.

Segundo Dino, é “indiscutível” que o crime tem relação com a atuação de milícias no Rio de Janeiro. Para ele, a prisão de Maxwell e a delação de Élcio representam o fim da fase de investigação sobre a execução do crime e que, a partir de agora, o foco será em descobrir os mandantes.

Caso Marielle e Anderson
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro. O carro em que estavam foi atingido por 13 disparos. A vereadora foi seguida desde a Lapa, no centro do Rio, onde participava de um encontro político. A arma usada no crime foi uma submetralhadora HK MP5 de fabricação alemã. Passados 5 anos, ainda não se sabe quem é o mandante do crime.

*Com informações do Poder 360

Américo Rodrigo

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