
Sendo a maior bancada da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o PSB lidera a oposição na Casa. Entretanto, três dos 12 parlamentares são aliados à governadora Raquel Lyra (PSD). Dannilo Godoy e France Hacker, são os mais progressistas dos socialistas e desde o início da legislatura não fazem questão de esconder esse alinhamento com o PP de Eduardo da Fonte e a chefe do Executivo.
Já Aglailson Victor tem estado cada vez mais próximo de Raquel, principalmente depois da eleição municipal em Vitória, onde ele foi candidato e contou com a articulação da governadora para montar sua chapa, enquanto quem teve o aval de João Campos (PSB), principal liderança do seu partido, era candidato à reeleição, o atual prefeito Paulo Roberto (MDB).
Esses três deputados fizeram questão de marcar presença na filiação de Raquel ao PSD, realizada na última segunda (10). O presidente estadual do partido, deputado Sileno Guedes, no entanto, disse que se trata de uma “conveniência eleitoral” individual de cada parlamentar.
“É muito claro o posicionamento do PSB sobre sua postura aqui na Assembleia, com relação ao Poder Executivo. O PSB é um partido que está na oposição ao Governo do Estado, essa é a postura oficial do partido. Agora, o comportamento individual de alguns deputados, a conveniência eleitoral por conta de aliados políticos nos municípios, que tem algum tipo de vinculação com o Governo do Estado, é uma opção pessoal de cada deputado. A gente não tem como patrulhar, nem é o nosso papel fazer esse tipo de comportamento”, disse Sileno.
Ele ainda pontuou existir um projeto pessebista para 2026, em torno de João Campos, mas reafirmou que o partido respeita a posição individual de cada parlamentar. Garantiu, mais uma vez, que não pretende “perseguir” os correligionários.
“O PSB já tem um projeto definido, um projeto claro para 2026, no processo eleitoral que se avizinha, e respeita a opinião de cada deputado, de cada deputada, mas não me cabe aqui julgar ou patrulhar o comportamento de nenhum deputado, estou falando aqui como presidente da bancada e como presidente estadual do partido”, disse Guedes.
Para Sileno, o não comprometimento partidário do trio não enfraquece a bancada do PSB, mas cada um deve arcar com as consequências junto ao eleitorado, responsável por colocar o partido na oposição.
“Na minha opinião, isso não mostra uma envidação. Não enfraquece a posição da bancada. Na minha opinião, enfraquece o funcionamento de cada um. O PSB tem um norte definido, tem uma posição definida e isso é público. O projeto está definido, está claro, segue quem quer, é uma liberdade que cada parlamentar. Cada um tem uma justificativa e não me cabe aqui julgar essas justificativas, cabe ao eleitor que colocou o PSB na oposição e que cobra do PSB uma postura de oposição. Cabe ao eleitor fazer esse julgamento, que de forma alguma será da minha parte”, finalizou o líder.