Alvo de muitas críticas pela situação de abandono em que se encontra, o Cinema São Luiz vai passar por obras emergenciais. A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) assinou o contrato com a empresa responsável pela execução dos serviços emergenciais no sistema de esgotamento de águas pluviais do emblemático equipamento cultural.
As obras serão iniciadas na próxima semana, com um prazo de execução de 60 dias e valor de R$ 106.308,53. Esta representa a primeira etapa das ações para reabertura do cinema, tratado com prioridade e responsabilidade pelo Governo do Estado de Pernambuco, através da Fundarpe.
A atual gestão assumiu o Cinema São Luiz em janeiro deste ano com uma obra já em andamento, que contempla serviços de instalações elétricas e um novo sistema de refrigeração, hoje 95% concluída. Entretanto, entre dezembro de 2021 e novembro de 2022, foram realizadas 4 obras no imóvel, que não resolveram questões críticas, especialmente no que diz respeito à cobertura.
“Tais serviços não permitem a reabertura do Cinema São Luiz, que se encontra com o sistema de esgotamento de águas pluviais em colapso, fato que provocou estragos significativos no forro ornamentado, com desprendimentos de elementos que podem causar acidentes e, portanto, exigiram interdição imediata do imóvel”, explica a presidente da Fundarpe, Renata Borba.
“Esta primeira etapa das obras é de caráter emergencial e permitirá que possamos, em se- guida, realizar os serviços de consolidação e restauração do forro ornamentado, elemen- to de relevante valor no bem tombado, devolvendo-o à população no primeiro semestre de 2024”, completou.
O cinema
Inaugurado no dia 6 de setembro de 1952 e situado às margens do Rio Capibaribe e na cabeceira da mais moderna ponte da cidade à época, a Ponte Duarte Coelho, o São Luiz tornou-se um dos mais emblemáticos cinemas do Recife, prezando por essa arte em sua concepção clássica, com exibição em cine-teatro.
Hoje o Cinema São Luiz é o de mais rica concepção artística e arquitetônica do Recife e um dos últimos cinemas de rua do país. Em 2008 o prédio foi tombado como monumento histórico pelo Governo do Estado que, por meio da Fundarpe, trouxe de volta ao público o tradicional espaço.