Hepatologista garante que sistema de transplante no Brasil é seguro

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Publicado por Redação
15 de outubro de 2024 às 21h15min
Foto: Ray Evllyn 

O caso inédito do Rio de Janeiro, onde pacientes foram infectados por HIV, em transplante de órgãos, gerou preocupação em todo o país pela gravidade dos fatos. Desde que foi noticiado, muitas informações falsas circulam nas redes sociais sobre a confiança do Sistema Brasileiro de Transplante de Órgãos. 

O médico hepatologista e diretor do Programa de Transplante de Fígado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (UTF/HUOC/UPE/IMIP), Cláudio Lacerda, classifica o acontecimento como gravíssimo. “O que aconteceu foi muito sério e merece uma apuração rigorosa, mas não deve comprometer a confiança de um sistema que já salvou milhares de vidas no nosso país”, destaca o médico que também preside a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (Apaf).

O Brasil é o segundo maior país transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso graças ao Sistema Único de Saúde, que fornece aos pacientes toda a assistência necessária, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplantes. “Temos um sistema robusto e respeitado no mundo todo. Existem pessoas doentes que esperam a vida inteira por um transplante e, quando recebem o órgão, ganham qualidade de vida e a possibilidade de recomeçar”, ressalta Cláudio Lacerda.

Em Pernambuco, de acordo com dados da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), mais de 3.000 pacientes aguardam por um órgão ou tecido, desses, cerca de 146 esperam por um fígado. Ao longo de 25 anos de existência, a Unidade Transplante de Fígado (UTF/HUOC/UPE/IMIP) já realizou 1.776 transplantes e é referência no País. “Recebemos pacientes de diversos estados e chagam e saem com segurança clínica, graças à equipe de saúde e com atendimento psicossocial oferecido pela Apaf, que oferece hospedagem, refeição e assistência social. Tudo gratuito”, conclui.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em todo o país, 44.777 pessoas esperam por transplante de órgão. A maioria, 41.395, está na fila por um rim. O fígado aparece em segundo lugar, com uma fila de 2.320 pessoas, seguido pelo coração, com 431.

Redação

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