O candidato à Prefeitura do Recife nas eleições deste ano, Gilson Machado (PL), queixou-se publicamente sobre a falta de apoio financeiro do seu partido. Em uma declaração dada em entrevista nesta segunda (4) ao programa Cidade em Foco, que soou como um apelo de “desespero” político, o ex-ministro insinuou que teria sido deixada à míngua. No entanto, documentos da Justiça Eleitoral indicam uma realidade bem diferente: a campanha de Machado recebeu R$ 6 milhões do fundo partidário, segundo informações reportadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A postura de Gilson de negar o apoio financeiro soa, no mínimo, contraditória. A narrativa de “falta de verba” levantada pelo candidato agora, parece uma tentativa de justificar o desempenho pouco expressivo nas urnas.
Gilson não hesita em adotar um tom de vítima, sugerindo que a cúpula do PL estaria “boicotando” sua campanha por interesses internos. Ele lamentou a ausência de “solidariedade” partidária, mas evitou comentar os valores já destinados a ele. Para analistas, esse discurso pode ser mais um reflexo de uma campanha marcada por uma combinação de falta de articulação, ausência de propostas e pífia performance nos debates do Recife.
As declarações de Gilson Machado acabaram ganhando tons de ironia nas redes sociais, com críticos questionando se a real “asfixia” não estaria na falta de apelo de sua candidatura, mesmo com o substancial aporte financeiro. No fim das contas, a postura do sanfoneiro ao tentar transparecer como “abandonado” pelo PL não convenceu, especialmente diante dos documentos oficiais que mostram que a ajuda financeira foi, sim, concedida.