Após o PSOL perder 30 filiados, devido à debandada de aliados da deputada Dani Portela (PSOL), a parlamentar negou, novamente, que esteja planejando deixar a legenda. Entre os nomes que anunciaram desfiliação, assessores e até o marido de Dani, Jesualdo Campos, que foi um dos fundadores do PSOL, o que levantou nos bastidores os rumores de que a parlamentar também sairia. O caminho seria o PT, no período da janela eleitoral de 2026.
Nesta segunda (4), em conversa com veículos de imprensa na Alepe, Dani disse que não recebeu nenhum convite de outras legendas e que segue no PSOL, por ainda acreditar no projeto do partido.
“A política é um ambiente onde existem muitas disputas. Eu nunca estive nisso, apostar em disputa. Para mim, quando acontecem casos assim, todo mundo perde. O PSOL é um partido que eu ainda acredito muito. É um partido que constrói, que está no campo que eu acredito, com as lutas e bandeiras que são importantes para mim, então, eu não sigo no PSOL, não apenas para cumprir a janela”, disse.
A indisposição com outras vertentes do PSOL teve sua gota d’água em agosto, quando aconteceram divergências sobre a estratégia eleitoral que a sigla deveria adotar nas eleições de 2024. Além de Jesualdo (marido de Dani), Fran Silva e Anderson Barbosa, também acabaram sendo destituídos da direção estadual. Eles são assessores da parlamentar, mas militam no PSOL muito antes de trabalharem com ela.
A deputada reforçou que a discordância não foi em relação ao fundo eleitoral da candidatura majoritária do Recife, encabeçada por ela (como chegou a ser especulado). A discordância foi sobre este motivo, só que nos demais municípios de Pernambuco. No meio da reunião, o sistema do TSE foi acessado e o trio foi demovido dos cargos.
“Eles foram retirados da direção e foi pedida a suspensão das atividades partidárias. Do meu companheiro, foi pedida a suspensão por dois anos; de Fran e de Anderson, por um ano. Eles presumiam que na votação que aconteceria, a gente ia votar contrário ao nosso grupo no partido. Isso, para mim, é um absurdo sem tamanho”, pontuou.
“O debate de Recife nem estava na mesa, já tinha passado. Era um debate do resto do estado. O nosso grupo defendia que não tinha nenhum município em que o PSOL tivesse força para eleger uma bancada. Então, nós defendemos que o fundo deveria ser distribuído de maneira mais igualitária, para potencializar em todos os municípios em que o PSOL tivesse candidatura, sem concentração e em municípios específicos. Então, era tática eleitoral”, contou Portela.