Sob protesto, professores aceitam acordo com a Prefeitura de Caruaru

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Por Karol Matos
22 de março de 2022 às 16h50min
Foto: Karol Matos

Os professores da rede municipal de ensino de Caruaru decidiram aceitar o acordo apresentado pelo município, para o reajuste salarial dos profissionais de carreira e aposentados. A definição aconteceu há pouco, em assembleia realizada pelo Sindicato Único dos Profissionais de Magistério (Sinduprom).

Foram duas propostas apresentadas na mesa de negociação realizada ontem (21), pelo comitê formado pelo secretário de Educação, João Paulo Derocy; o presidente da AMTTC, Diogo Bezerra, que foi secretário da Fazenda; Simone Benevides, que hoje é chefe da pasta; e Ana Maraíza, secretária de Administração.

A primeira opção corrigiria o salário para todos que recebem até o piso, pagando retroativo a janeiro. Os demais, que recebem acima do piso, teriam 20% de reajuste a partir de julho, sem retroativo.

A segunda oferta apresentada pela Prefeitura também corrigiria o piso para todos os contratados, pagando retroativo a janeiro. Para os concursados, que recebem acima do piso, seria aplicado um reajuste de 33,24%, a partir de dezembro, sem retroativo. Caso esta proposta fosse aceita, o percentual do 13º viria com o proporcional (contando o valor do salário de dezembro), o terço de férias e as férias de janeiro também seriam pagas com o novo valor.

Nenhuma das duas são propostas boas. Foi muito estressante para a gente ter que ver, escutar o que eles colocaram: ‘é isso que nós temos’”, disse Cida Santos, diretora do Sinduprom, ao apresentar os dados.

Além dessas ofertas, também foi apresentado como opção o primeiro projeto, que acabou sendo retirado da Câmara. Ele oferecia 10,16% aos efetivos. Cida ainda afirmou que na reunião a secretária de Administração, Ana Maraíza, garantiu que a categoria precisa definir entre essas ofertas, pois, se não houvesse deliberação, a gestão municipal escolheria sozinha.

“A prefeita autorizou a gente a fazer tudo o que fosse possível. Chegamos aqui, daqui não temos como sair. Caso essa proposta não seja atendida pelos professores, nós iremos escolher uma delas e apresentar à Câmara de Vereadores”, comentou Cida, repetindo uma fala da secretária de Administração.

A comissão que participou das reuniões com a Prefeitura, ainda alegou que a gestão municipal afirmou que devido à folha de pagamento, não consegue aplicar os 33,24% retroativo a janeiro, como solicitado pelos professores. O grupo pediu que a Prefeitura apresentasse os dados de receita e despesa para a educação, mas os números não foram apresentados.

Ao todo, segundo o sindicato, são 1107 professores efetivos e 1184 contratados. Após a nomeação dos servidores que participaram das novas seleções simplificadas, o número de contratados subirá para 2600.

Ao fim da assembleia, a categoria escolheu, sob protesto, a primeira oferta de 20% de reajuste foi aprovada por 56 votos. A segunda opção foi escolhida por 39 professores e 35 ainda queriam não aceitar nenhuma opção e iniciar uma nova greve.

Com a definição, um novo Projeto de Lei será apresentado pelo Executivo. O PL terá que passar por todos os trâmites nas comissões, para, só então, seguir para votação no Plenário da Casa. Apesar do acordo, o sindicato garantiu que ainda tem um “plano b” guardado na manga.

Karol Matos

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