Coluna da quarta
Após atropelar Danilo Cabral (PSB) nas urnas e chegar ao segundo turno com mais de 1,1 milhão de votos, Marília Arraes (SD) tem alguns desafios a cumprir até o dia 30 de outubro. Talvez o principal deles seja o de unir o campo progressista de Pernambuco em torno do seu nome.
Após deixar o PT, se filiar ao Solidariedade e formar uma chapa com Sebastião Oliveira (Avante) e André de Paula (PSD), a deputada foi duramente criticada pelo fato de ambos terem votado em pautas bolsonaristas na Câmara Federal, ao longo dos últimos quatro anos.
As críticas não partiram apenas do PSB e PT, mas também de João Arnaldo (PSOL), que foi vice de Marília em 2020, na disputa pela Prefeitura do Recife. Sem Danilo no páreo, a ex-petista espera que Lula encare sua campanha como prioridade. A posição de neutralidade do PSDB nacional pode abrir espaço para que isso aconteça.
Aceno
Um dia após o término do primeiro turno, Marília Arraes (SD) parabenizou publicamente a deputada Teresa Leitão (PT), por ser a primeira mulher de Pernambuco a representar o Senado na próxima legislatura. Nos bastidores, a mensagem foi vista como um gesto para tentar atrair a ala petista que Teresa integra.
Desempenho
O deputado federal Fernando Rodolfo (PL) tem motivos de sobra para comemorar o resultado do último domingo (2). Além de garantir sua reeleição, sendo votado em todos os municípios de Pernambuco, o parlamentar saiu bastante fortalecido no Agreste.
Celebração
Aliados de Marília Arraes (SD) comemoraram bastante o apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Jair Bolsonaro (PL). A ordem é vincular a imagem de todos os tucanos ao presidente da República. Em Pernambuco, o movimento pode ser arriscado.
Alternativas
Figura importante no PSDB, o ex-governador de São Paulo, José Serra, declarou apoio a Lula no segundo turno. Entretanto, o tucano não votará em Fernando Haddad (PT) para o governo paulista. Ele também anunciou apoio ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (PL), candidato de Bolsonaro.
Largada
Bolsonaro tem investido pesado na sua reeleição. Apenas ontem (4), o presidente recebeu o apoio dos três governadores dos três maiores colégios eleitorais do país, largando na frente do ex-presidente Lula no Sudeste. A estratégia pode garantir uma expressiva votação no dia 30 de outubro.