Coluna da segunda
Derrotado no segundo turno da eleição presidencial, Bolsonaro tinha tudo para ser o principal líder da oposição. Não só pela expressiva votação recebida, mas também pela capacidade de reunir apoiadores. Porém, as atitudes após o resultado das urnas têm feito seu capital político derreter a cada dia.
O silêncio pós-eleição, a viagem para os Estados Unidos e a postura diante dos atos de vandalismo deixam seus aliados políticos órfãos e livres para percorrerem outros caminhos. E é isso o que tem acontecido com alguns parlamentares eleitos pelo PL, PP e Republicanos, que discordam da postura de Bolsonaro.
Para manter a base unida, Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal, chegou a oferecer uma estrutura para Bolsonaro, incluindo um salário de 39,2 mil. Entretanto, o valor só será repassado ao ex-chefe do Executivo após seu retorno ao Brasil, o que tem se tornado cada vez mais insustentável diante dos últimos fatos.
Prejuízo
A selvageria patrocinada pelos bolsonaristas, ontem (8), em Brasília, causa de imediato um efeito reverso a imagem de Bolsonaro e consequentemente ao Partido Liberal. Além de furar o bloqueio da PM, criminosos invadiram o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
Barbárie
Enquanto bolsonaristas depredavam o Congresso, o Planalto e o STF, a Polícia Militar do Distrito Federal assistia toda a ação de forma pacífica. Alguns chegaram a ser flagrados tirando foto das ações e batendo papo com os radicais que praticavam a desordem nos prédios públicos.
Punição
Em Araraquara, onde acompanhou os danos causados pelas fortes chuvas na região, Lula fez um pronunciamento e garantiu que os vândalos e financiadores dos atos antidemocráticos serão encontrados e punidos. O petista avalia que os atos terroristas têm financiamento de empresários até no exterior.
Medida
Pouco tempo após ser exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, teve o pedido de prisão solicitado pela AGU ao STF. Enquanto o caos foi instalado em Brasília, o ex-ministro da Justiça estava nos Estados Unidos.
Decisão tardia
Após as cenas de vandalismo em Brasília, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, determinou às Forças Armadas a desmobilização imediata de todos os acompamentos em frente aos quartéis do Exército, Marinha e Aeronáutica em todo o país. Antes, Múcio tinha minimizado a presença dos bolsonaristas nesses espaços.