Apesar de 20 parlamentares terem votado à favor do novo Plano de Cargos e Carreiras dos professores, sobrou para a vereadora Perpétua Dantas (PSDB) a alcunha de “inimiga da educação”. Ela participou ativamente como crítica ao projeto, na audiência pública, realizada no fim do mês passado, que foi proposta por Bruno Lambreta e Jorge Quintino e reuniu a categoria, representantes do Executivo, Legislativo e do Conselho Municipal de Educação.
Durante a sessão que marcou a aprovação do PCC, muitos parlamentares foram alvos de críticas dos professores que estavam presentes nas galerias da Casa Jornalista José Carlos Florêncio, mas chamou atenção a manifestações contra Perpétua, que, como seus irmãos, é professora e vinha muito alinhada com uma ala que representa a categoria, participando inclusive de protestos contra a gestão municipal.
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Durante seus momentos de fala, a tucana explicou que apresentou emendas que alteravam percentuais das tabelas, mas elas não foram aprovadas já que vereador não pode legislar sobre matéria financeira. Ela também demonstrou insatisfação com o fato de o Executivo ter bancado a proposta até o fim.
“Este projeto deveria ser retirado para adequação. […] Rodrigo vai ter que enfrentar os professores na rua, sim”, disse Perpétua.
No entanto, mesmo com as exaustivas críticas, Perpétua Dantas explicou que seria favorável ao novo PCC, por entender que se não fosse votado hoje, o projeto só poderia ser enviado no próximo ano, trazendo ainda mais prejuízos para a categoria. A decisão atiçou a ira de alguns dos presentes que lançaram acusações.
Em um determinado momento, foi possível ouvir uma voz masculina gritando “inimiga da educação”, logo depois que a vereadora finaliza a fala e volta ao assento.
“Não vou receber a ‘taxa’ de inimiga da educação. Essa aí não cola. Não em mim”, reagiu a parlamentar.
Os próprios professores estavam divididos. Parte deles não queria a aprovação e o outro lado, que apoiava Perpétua, acreditava que seria o melhor caminho e defendeu a parlamentar: “amiga! Amiga da educação”, rebateu uma mulher.
A sessão que marcou a revisão do PCC dos professores foi marcada por tensão e confusão nesta quinta (13). Além dos 20 votos à favor, a matéria teve uma abstenção e dois votos contrários.