Coluna da quarta

Eleito por unanimidade em fevereiro para comandar a Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Álvaro Porto (PSDB) ganhou uma rápida projeção jamais esperada, até pelos mais otimistas, emplacando em um curto tempo dois nomes para o Tribunal de Conta do Estado.

A ascensão política de Álvaro se deve à forma como ele escolheu conduzir o Legislativo: de maneira independente e cumprindo o acordo firmado com os demais pares. Os últimos resultados colocam Porto em um papel de destaque na política estadual, o que também serve para elevar a sua responsabilidade à frente da Casa.

É inegável que Raquel Lyra (PSDB) é uma das maiores lideranças políticas de Pernambuco, mas precisa caminhar de mãos dadas com a Alepe e, principalmente, com Álvaro, que é do seu partido e conseguiu vencer a eleição da Mesa Diretora, mesmo sendo preterido pela chefe do Palácio na disputa.

A próxima resposta de Álvaro e da Alepe à tucana pode vir no projeto que estipula o piso dos profissionais da Educação, que foi distribuído ontem (23) e, provavelmente, será derrotado ainda nas comissões, não indo nem ao Plenário.

O caminho para que o Executivo evite uma nova derrota pode ser a retirada da proposta, antes que isso aconteça. Assim, o projeto seria reformulado e reenviado após o recesso parlamentar, dando tempo suficiente para que Raquel restabeleça o vínculo com os deputados que clamam por gestos do Palácio.

Não é de hoje que os dois Poderes vêm numa intensa queda de braço e é necessário que a governadora reconheça a importância e independência do Legislativo, para que, nos próximos três anos e meio, tenha o mínimo de governabilidade que não conseguiu nos últimos meses.

Bodega
Logo após a vitória de Rodrigo Novaes, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), foi duro ao reafirmar a independência da Assembleia. “Querendo oferecer [cargos], achando que era balcão de bodega”, disse, em alusão às nomeações feitas um dia antes da votação, para tentar fechar votos ao candidato do Palácio.

Responsabilizado
O deputado Joaquim Lira (PV) amargou uma derrota que não lhe pertencia. Ele deixou o Plenário rapidamente, após a votação que lhe rendeu apenas 18 votos, e gravou um vídeo parabenizando Rodrigo Novaes. “Que ele seja um grande conselheiro”, disse. O sentimento dos pares é de que Lira não merecia a situação.

Protocolar
Para assumir o cargo no TCE, Rodrigo Novaes terá que se desfiliar do PSB. Ele deve enviar o pedido até amanhã (25), mesmo dia em que a governadora Raquel Lyra (PSDB) deve assinar a nomeação, para que a posse na Corte aconteça ainda na sexta-feira (26).

Gesto
O secretário-chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, e o executivo da pasta, Rubens Junior, estiveram presentes no jantar de comemoração à vitória de Rodrigo Novaes para o TCE. Foi um primeiro gesto para que as coisas possam começar a caminhar. O movimento foi bem visto pelos presentes.