As recentes ameaças de uma nova greve dos caminhoneiros têm chamado atenção em relação a alta do diesel, mas desde o início do governo Bolsonaro, o preço de outro combustível tem ficado bem mais caro nas refinarias.
Em apenas quatro meses, o preço médio da gasolina distribuída nas refinarias sem tributos ficou cerca de 28% mais caro, enquanto o diesel teve pouco mais de 21% de aumento. Os valores ainda não foram repassados integralmente para os consumidores, que até então, não sentiram o impacto da alta tão subitamente.
Desde o início do governo Temer, a Petrobras tem adotado uma política que segue a cotação do dólar. Com isso, as mudanças no preço dos combustíveis pode acontecer diariamente.
De acordo com o Sindipetro-PE/PB, a Petrobras tem se comportado como uma empresa privada e se concretizada a privatização, isso deve interferir diretamente nos preços, que obrigatoriamente terão que seguir a cotação internacional. Ainda segundo o sindicato, a tendência é de que o barril de petróleo chegue a U$ 100 e isso vai passar para os consumidores.
Em entrevista ao Blog Cenário, Rogério Almeida, presidente do Sindipetro-PE/PB, afirmou que há possibilidade de paralisação.
“Quanto à greve, tem possibilidade, sim. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) já está em conversa, porque, se vierem ‘pra’ cima, ‘pra’ privatizar, os petroleiros vão se mobilizar e vão parar, e fazer greve contra as privatizações. A gente tem que mostrar para os possíveis compradores, que a gente não vai entregar o patrimônio brasileiro fácil. Vai ter luta, vai ter resistência”, concluiu.
Desde a campanha em 2018, Jair Bolsonaro fala em privatizar estatais. Essa semana, o presidente afirmou que tem uma “simpatia inicial” pela privatização da Petrobras.