João Campos questiona dados do Bolsa Família ao ministro da Cidadania

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Publicado por Américo Rodrigo
7 de maio de 2020 às 17h12min
Foto: Rodolfo Loepert

Em audiência da Comissão Mista do coronavírus, o deputado federal João Campos (PSB) questionou a ausência de 500 mil famílias (mais de 1,5 milhão de pessoas) que estão na fila de espera do Bolsa Família. O parlamentar perguntou ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o que acontecerá com essas famílias quando o auxílio emergencial que elas estão recebendo for descontinuado. “Será que elas serão esquecidas tão logo acabe o auxílio emergencial?”, indagou o socialista. Onyx Lorenzoni respondeu que a fila atual é “praticamente inexistente”.

Segundo João, o Ministério da Cidadania usa dados totalmente desatualizados, com base no censo do IBGE de 2010, como justificativa para barrar a entrada de famílias pobres no programa federal. “Embora o ministro diga que a fila agora é praticamente inexistente porque teria incluído 1,2 milhões de famílias, sabe-se que há ainda cerca de 500 mil famílias na fila – mais de 1,5 milhão de pessoas. Ou seja, lamentavelmente, a fala de Onyx Lorenzoni à minha pergunta não esclarece o que está acontecendo com centenas de milhares de famílias que aguardam a sua aprovação no Bolsa Família”, reafirma.

Além disso, o ministro, também com base nos mesmos dados do IBGE de 2010, defende que o Nordeste está com 111% de cobertura do programa. “O que não faz nenhum sentido. O ideal, tendo em vista a demanda real que temos no ano de 2020, seria fazer projeções para se aproximar do déficit verdadeiro ou usar os dados do CadÚnico”, disse João, informando que deve reiterar a cobrança por resposta para esse questionamento e outros tantos feitos e que não teriam sido devidamente esclarecidos, a exemplo da gestão das filas para a retirada do auxílio emergencial e também de 700 mil beneficiários do Bolsa Família que foram considerados inelegíveis para o auxílio emergencial. “Exigimos um retorno do governo Bolsonaro tendo em vista o cenário crítico enfrentado pelas famílias pobres do nosso País”, concluiu.

Américo Rodrigo

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