Ex-ministro da Saúde do governo Lula, o senador Humberto Costa (PT) fez duras críticas à condução do combate à pandemia do novo coronavírus peio governo Jair Bolsonaro. Para o senador, o presidente foi omisso e carrega nos ombros o peso dos mais de 72 mil brasileiros mortos pela Covid-19. Quatro meses depois do primeiro relato da doença no país, o Brasil já tem quase dois milhões de infectados.
“Estamos há dois meses sem ministro da Saúde de forma definitiva e, assim, o luto vai cobrindo a nação. Mas tudo poderia ter sido diferente se o governo escutasse a ciência, se adotasse as medidas adequadas e tivesse assumido o papel de liderar e unir o Brasil para enfrentar o coronavírus, reconhecendo a importância do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou o senador.
Humberto também criticou a falta de um nome definitivo para o Ministério da Saúde e a ausência de cargos técnicos na pasta. “O que acontece na Saúde é grave. Tivemos dois ministros demitidos e, hoje, o titular da pasta é um general, que escolheu vários outros militares para ocupar postos que deveriam ser ocupados por gestores com experiência na área. Existem, inclusive, excelentes técnicos de carreira na própria pasta que não foram designados para funções sensíveis”, afirmou.
De acordo com Humberto, o Ministério sofre com a perda da credibilidade. Levantamento divulgado ontem (14) pelo Vox Populi revela que 82% da população reprovam a gestão atual da Saúde, comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello. “A pasta não goza de qualquer credibilidade junto à população, seja porque tentou maquiar dados, seja porque alterou os protocolos médicos para que fossem usados medicamentos sem eficácia comprovada”, afirmou.
Humberto disse ainda que o governo Bolsonaro sequer conseguiu cumprir as mínimas metas estabelecidas para o combate ao coronavírus no país. “O governo assumiu o compromisso de distribuir 46 milhões de testes de Covid-19, só entregou 12 milhões. Prometeu respiradores para todo o Brasil, mas só entregou 10% do total. Disse que iria implantar 3 mil novos leitos de UTI e só implementou 540. É uma gestão marcada por uma lógica perversa e de uma omissão completa”, afirmou.