O início de uma virada geracional

A última semana ficou marcada por um acontecimento que nem os mais pessimistas poderiam esperar: o anúncio das ausências dos grupos de José Queiroz (PDT) e Tony Gel (MDB) na eleição majoritária deste ano. O fato tem sido interpretado por alguns observadores da política de Caruaru como o início de uma virada geracional. Cada pleito tem a sua história e esse pode apresentar os desdobramentos dos próximos. 

A dificuldade de Queiroz e Tony em formar novos quadros políticos que não estejam próximos do seio familiar ficou evidente no período final das convenções, mas esse não é só um problema desses dois grupos políticos. Caso seja reeleita, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) deverá passar por essa mesma dificuldade na tentativa de encontrar seu sucessor, se não começar a trabalhar um nome já a partir do próximo ano.

Novas lideranças sem o famoso apadrinhamento político têm surgido na Capital do Agreste e isso, de certa forma, representa uma esperança para quem não enxerga a cidade olhando pelo retrovisor, ou que consegue pensar além da bolha. Sementes de projetos a médio e longo prazo já começaram a ser plantadas e isso está provado na pluralidade de candidaturas fora do cerco dos três grupos tradicionais.

Bastidores – Muitos diziam que o anúncio da chapa “Tonynho Rodrigues (MDB) e Carol Miranda (PSB)”, feito pelo deputado José Queiroz (PDT), não passava de um blefe, mas fontes ligadas aos socialistas disseram que a então suposta pré-candidata a vice-prefeita já tinha até gravado um vídeo para ser divulgado nas mídias sociais anunciando que iria concorrer à majoritária, mas com o recuo dos emedebistas, a chapa acabou se dissolvendo.

Plataforma – Em 2016, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) lançou a plataforma “Mobiliza Caruaru”, para colher informações e entender as demandas de cada localidade. Para não gerar aglomeração por conta da pandemia do novo coronavírus, a tucana apresentou o “Diz aí, Caruaru”, para receber sugestões de forma on-line, seguindo o mesmo formato da última eleição municipal.

Reclamações – Ao ler neste blog a nova plataforma apresentada pela tucana, leitores que participaram de plenárias durante o período pré-eleitoral, na eleição passada, questionaram o método apresentado. Eles têm afirmado que as sugestões não foram acolhidas pelo governo municipal, após a prefeita Raquel Lyra (PSDB) ter sido eleita. 

Fazendo escola – Não é só o MDB que vai lançar um projeto de candidatura coletiva em Caruaru. Membros do PSD e do PSOL também se inspiraram nas ‘JUNTAS’ e vão concorrer a uma cadeira no Legislativo. Apesar de estar dentro da legalidade, o modelo tem sido questionado por alguns políticos. 

Nome rejeitado – A executiva municipal do PT de Olinda divulgou um documento contestando a imposição da executiva nacional na escolha da vice na chapa encabeçada por João Paulo (PCdoB) à Prefeitura de Olinda. A cúpula da sigla indicou Vivian Farias e vetou o presidente municipal, Luiz Antônio (Lulinha), que havia sido escolhido por unanimidade, na convenção realizada no dia 15.