Debater a cultura ouvindo quem a faz e a produz em Olinda. Essa foi a atividade promovida pelo prefeito João Paulo e a vice Vivian Farias, da coligação Olinda das Pessoas, na noite desta sexta-feira (16), no comitê da campanha, no Sítio Histórico da Marim dos Caetés. Em pauta, assuntos relevantes como a falta de planejamento para os dias de carnaval, a ausência de perspectivas para incentivar o turismo, a falta de patrocínio e atrasos nos pagamentos dos trabalhadores, entre outros temas.
Dezenas de produtores, artistas, organizadores de blocos, maracatus e troças, representantes de setores da economia criativa ligada aos festejos de momo, como bonequeiros e aderecistas, e demais profissionais que produzem a cultura popular carnavalesca olindense, foram recebidos presencialmente, mas também de forma remota, por videoconferência. Foi um espaço para que os participantes expusessem as suas dificuldades e críticas ao abandono da atual gestão municipal, e falassem sobre suas experiências e expectativas quanto à futura gestão de João Paulo, em Olinda.
“A cidade está num completo abandono, seja cultural, turístico ou mesmo arquitetônico. A descaracterização de Olinda é uma marca da atual gestão municipal”, lamentou o experiente bonequeiro Silvio Botelho, com 46 anos só de folia momesca. Para Vivian Farias, candidata a vice-prefeita de João Paulo, o carnaval faz parte da identidade do povo. “A gente tem que dar visibilidade ao carnaval olindense, à nossa criatividade, à nossa diversidade”, comentou.
Na opinião de João Paulo, é de fundamental importância se discutir um tema como a cultura carnavalesca de Olinda. E não apenas o período da festa em si. “Nós temos que viver a política da cultura de Olinda não apenas no carnaval, mas durante o ano todo. Estabelecer um calendário de atividades para atrair o turismo e gerar emprego e renda para a cidade”, defendeu, após ouvir os participantes.
Para ele, o carnaval de Olinda precisa ser tratado com planejamento respeitando as pessoas que trabalham para fazer a festa mais característica da cidade. E criticou a gestão atual, de Lupercio por permitir que recursos para políticas públicas sejam devolvidos e pela ausência de uma política de turismo e cultura que valorize e coloque em evidência os talentos locais. “É preciso pensar na economia que move o carnaval o ano inteiro, integrar com o turismo e investir na formação das pessoas para que estejam preparadas e possam receber bem os turistas”, concluiu.