O presidente Jair Bolsonaro está “decepcionado” com a posição do ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, que foi a favor da condenação do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Daniel Silveira (PTB). Auxiliares do presidente têm analisado que o posicionamento pode “prejudicar” a estratégia para as eleições.

Durante a campanha, Bolsonaro pretende explorar bastante o caso de Daniel Silveira. Tanto é que, no dia do julgamento, o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), acompanhou Silveira. Além disso, no dia seguinte, o presidente assinou um decreto concedendo “perdão” ao deputado que foi condenado a quase 9 anos de prisão, além da perda do mandato.

A ideia é associar o caso de Daniel às indicações ao STF, já que o próximo presidente eleito poderá escolher ao menos dois novos ministros do Supremo. Nesse contexto, o voto de Mendonça contra o deputado bolsonarista atrapalharia essa estratégia, na medida em que “enfraquece” o discurso de campanha do presidente sobre o STF.

“O voto do ministro Mendonça pode mostrar que as nomeações do presidente podem não transformar o STF como o eleitorado dele deseja”, disse uma fonte do Planalto ao colunista do Metrópoles, Igor Gadêlha.

André Mendonça foi indicado no ano passado, atendendo a um pedido da ala evangélica. Na época, o presidente disse que estava indicando um ministro “terrivelmente evangélico”.