Coluna da terça
No último domingo (30), a deputada federal Marília Arraes não sofreu apenas uma derrota eleitoral, mas também política. Após liderar todo o primeiro turno do alto de um pedestal, a candidata do Solidariedade se viu obrigada a adotar uma nova estratégia na etapa final, o que acabou expondo suas fragilidades, como o fato de não conseguir transparecer segurança em debates, por exemplo.
O local inicialmente escolhido para a coletiva de imprensa de Marília, a minúscula sede do Solidariedade, já indicava que a apuração dos votos não reservaria boas notícias. E foi o que aconteceu. A ex-petista foi derrotada nos 10 maiores colégios eleitorais do estado. Com destaque para a capital pernambucana, que trouxe uma diferença de 300 mil votos a favor de Raquel Lyra (PSDB).
Além de ser a segunda derrota seguida para o Executivo, a parlamentar, orientada por seu marqueteiro, apelou para ataques contra sua adversária que se assemelham a práticas bolsonaristas, contribuindo para aumentar sua rejeição na reta final. Politicamente, Marília saiu menor do que entrou e deve mergulhar por um tempo, até se recompor para voltar à cena política.
Obras inacabadas
Uma das ações de Raquel Lyra (PSDB), assim que assumir o comando do Estado, será realizar uma força tarefa para fazer uma auditoria nas obras inacabadas e encontrar uma solução. Em Caruaru é possível citar o Hospital da Mulher e o Complexo de Polícia Científica.
Disponível
Um dia após o fim do segundo turno, o prefeito João Campos (PSB) telefonou para a governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB), parabenizando pela vitória nas urnas. O socialista colocou o Recife à disposição para contribuir na transição de governo.
Ilha bolsonarista
Assim como em 2018, Santa Cruz do Capibaribe foi a única cidade de Pernambuco onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu vitorioso. Ele obteve 52,12% do total, o que corresponde a 26.632 dos votos válidos.
Agente do caos
Ao não se posicionar sobre a derrota nas urnas no último domingo (30), o presidente Jair Bolsonaro (PL) contribui, de maneira indireta, para que seja instalado um clima de instabilidade no país. Já foram contabilizados diversos bloqueios de caminhoneiros em rodovias.
Sinalização
Publicamente, 11 governadores eleitos estiveram com Lula nos dois turnos. Entretanto, aliados do governo já acenaram para um alinhamento com o Planalto a partir de 2022, a exemplo de Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro, que comandará o principal estado da federação e disse que buscará um “aproximação” com o governo Lula.