O Governo do Estado e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) vão à mesa novamente, nesta quarta-feira (21), para tentar chegar a um consenso em relação ao piso dos professores. A reunião vai acontecer às 9h, na SAD e, além da categoria, vai contar com as presenças das secretárias de Administração e Educação – Ana Maraiza e Ivaneide Dantas, respectivamente.
Com o movimento realizado pelas bancadas do PSB, PSOL, Solidariedade e da federação formada por PT-PV-PCdoB, a Alepe não colocou em votação o recurso interposto pelo líder do governo com a anuência de outros 24 parlamentares. O requerimento previa que o Projeto de Lei Complementar 712/2023 pudesse ser analisado pelo plenário. A ideia de alguns deputados que assinaram o documento era de que o recurso fizesse com que o Palácio enviasse um substitutivo da proposta, mas a informação de que a matéria seria colocada em votação logo após a aprovação do requerimento nesta segunda (19) gerou o revés que resultou na falta de quórum.
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Apesar de não ter ido à votação hoje, o regimento prevê que o requerimento poderá ser colocado em pauta novamente amanhã (20), mas no que depender dos deputados, só após a reunião de quarta, quando eles esperam que haja um entendimento entre o Estado e o sindicato. “Nós vamos votar de acordo com a orientação da categoria”, afirmou uma parlamentar em reserva. O encontro é decisivo, já que, se as partes não chegarem a um acordo, a situação poderá se estender para depois do recesso parlamentar, que está previsto já para a próxima semana.
Tanto o governo, quanto os deputados estão entre a cruz e a espada. Se o Executivo não conseguir encontrar um meio de convencer o Sintepe, o recurso que tramita na Alepe poderá ser travado pelos parlamentares ou até ser derrotado no plenário – o que só permitiria que a matéria fosse reapresentada no próximo ano. O sindicato, por sua vez, prometeu que se os deputados votarem contra a proposta, não serão “culpados” pela categoria, mas é importante lembrar que, apesar de deixar de atender a 52 mil profissionais de carreira, o projeto 712/2023 regulamenta o piso para 6 mil efetivos e outros 18.900 contratados, que poderão se sentir prejudicados com a última pá de terra que a Alepe pode dar para enterrar de vez a proposta que já nasceu fadada ao insucesso.