Confirmando um democrático e cuidadoso processo de seleção e celebração da história e da cultura do Recife, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, realiza nesta sexta (5) a cerimônia de diplomação dos novos Patrimônios Vivos da cidade. Definitivamente inscritos na posteridade da memória cultural recifense, a Associação Cultural e Quadrilha Junina Origem Nordestina, a Tribo de Caboclinhos Tupi, a parteira Edileusa Maria da Silva e o porta-estandarte José Fernando Alves Zacarias receberão diplomas e aplausos no Teatro Apolo, a partir das 10h.
Na segunda edição do concurso, o registro municipal vai garantir bolsas de incentivo mensais, nos valores reajustados (de acordo com a Lei 18.827/2021) de R$ 1.921,06 e R$ 2.561,41, para indivíduos e coletivos artísticos, respectivamente, em caráter vitalício. A escolha foi concluída no último dia 7 de dezembro, em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Política Cultural, realizada na sede do Conselho, no Pátio de São Pedro, reunindo representantes da sociedade civil e governamentais.
O processo contou com três etapas anteriores: as análises documental e qualitativa das propostas, esta última realizada por uma comissão especial, com participação de representantes de notório saber da sociedade civil, a partir de critérios como a relevância do trabalho desenvolvido, a idade/tempo de existência, a situação de carência social e o risco de desaparecimento enquanto manifestação cultural, além das audiências públicas para defesa de suas candidaturas, que culminaram na já referida reunião do Conselho.
Concorriam ao título 20 defensores das manifestações culturais recifenses, que se sagraram finalistas, após quatro etapas de avaliação das candidaturas: validação documental, avaliação de mérito, a partir da documentação apresentada, a defesa pública de candidaturas, além da votação final, pelos conselheiros de Cultura.
Sobre a Lei
Resultado de amplo debate, o Registro de Patrimônio Vivo Municipal representa a materialização de uma política pública de cultura que prioriza a promoção, a difusão e o fomento dos bens intangíveis do Recife, com o objetivo de salvaguardar, redimensionar espaços de ação e dar continuidade histórica de relevância para a memória cultural e artística da cidade. Concebido pela Secretaria de Cultura, o projeto foi encaminhado para a Câmara de Vereadores do Recife em junho de 2022. Após aprovação, a Lei foi sancionada no dia 9 de setembro.
Primeiros patrimônios
Revelando uma diversificada e fidedigna amostra das tradições culturais recifenses e de seus mais dedicados e antigos guardiões, os primeiros quatro Patrimônios Vivos do Recife, eleitos no ano passado, são a passista Zenaide Bezerra; Antônio José da Silva Neto, que assumiu a alcunha de Mestre Teté, à frente do Maracatu Almirante do Forte; além das agremiações históricas Pierrot de São José e Gigante do Samba, que há décadas desfilam e defendem a alegria, as raízes e a força da cultura recifense.