O deputado Antônio Moraes (PP) comemorou, nesta quarta (25), o que considerou uma demonstração de força do governo Raquel Lyra (PSDB) na Assembleia Legislativa, com a aprovação de todos os projetos enviados pela governadora ao Legislativo nas últimas semanas. Em entrevista à Rádio Folha FM, o parlamentar destacou, em especial, as propostas do Executivo que garantiram um reajuste salarial em torno de 20% para quase 100% do funcionalismo público de Pernambuco. Os projetos foram encaminhados pelo governo aos deputados após extensas negociações com todas as categorias dos servidores, o que contribuiu para uma aprovação sem maiores dificuldades.
“Esses reajustes do funcionalismo são emblemáticos, porque, pela primeira vez, um governo conseguiu fechar acordos com todas as categorias, não só para este ano, mas também para 2025 e 2026”, afirmou Moraes, explicando que o sucesso das negociações garantirá à governadora Raquel Lyra uma maior previsibilidade de gastos com a folha de pessoal ao longo de todo o seu mandato, evitando, inclusive, protestos e greves de servidores. “A governadora deu um passo importante, porque o fechamento desses acordos vai facilitar os compromissos da gestão, como a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do próprio orçamento estadual para os próximos três anos. Isso deu uma grande estabilidade financeira e organizacional à gestão. Vale lembrar que os gastos com funcionalismo chegam a quase 50% do orçamento do Estado”, acrescentou.
Antônio Moraes admitiu que, mesmo após o processo de negociação, algumas categorias de servidores ainda se queixaram de não terem sido contempladas da forma como desejavam. “Mas isso acontece porque desde 2014, quando o então governador Eduardo Campos criou a mesa permanente de negociação, passou a ser responsabilidade dos sindicatos negociarem com o governo. Agora, se essas categorias não se sentem representadas pelos seus sindicatos, precisam rever essa questão internamente e fortalecer suas representações”, reiterou.
Durante a entrevista, Moraes foi questionado sobre as dificuldades que Raquel Lyra enfrentou no relacionamento com o Legislativo estadual desde a sua posse, mas acredita que a questão está superada. “Raquel avançou muito na relação com a Assembleia. Basta ver que, com base no diálogo, ela conseguiu assegurar a aprovação do reajuste para quase 100% do funcionalismo”, disse. Segundo o parlamentar, o governo conta hoje com uma bancada majoritária na Assembleia, que tem garantido a aprovação de todos os projetos enviados pelo Executivo.
“No começo do governo foi mais difícil, mas agora os deputados estão vendo que ela começou a fazer as obras que prometeu. Basta citar que, em um ano e meio, quase mil quilômetros de estradas já foram recuperadas”, observou Moraes, adiantando que governadora vai anunciar em breve o início das obras do primeiro trecho da rodovia que liga o Porto de Suape à BR 232, em Moreno, o chamado Arco Metropolitano, reivindicação antiga dos empresários. Quando concluído, o complexo vai interligar as BRs 101, 408 e 232 com Suape, evitando o trânsito de caminhões e carretas que circulam hoje nas entradas do Recife, causando enormes engarrafamentos.
Por fim, Antônio Moraes lembrou que Raquel Lyra também vem cuidando das questões sociais, como o combate à fome, com a instalação de várias cozinhas comunitárias nas cidades, com projetos de moradia popular e outras ações que beneficiam a população carente do Estado. “Antes, estávamos com uma dificuldade de caixa muito grande. Mas agora, com as negociações que o governo tem feito, garantimos uma folga financeira para a recuperação de estradas, de hospitais e para ações sociais”, disse.
Questionado também sobre os efeitos das eleições municipais deste ano, Moraes afirmou que Raquel Lyra tem chances de vitória em várias cidades da Região Metropolitana do Recife com candidatos de partidos da base governista. “Isso vai representar um grande fortalecimento político para ela”, apontou. Já em relação a disputa estadual de 2026, o deputado foi mais cauteloso, afirmando que “faltam mais de dois anos, e dois anos, na política, são dois séculos”. Segundo ele, o cenário em 2026 vai depender muito do trabalho que for realizado até lá. “Mas quando um governo está bem economicamente, com a população conseguindo consumir o que precisa, tendo mais emprego e moradia, isso favorece eleitoralmente o gestor”, concluiu.