Por Vanuccio Pimentel*
Não há dúvidas de que a eleição que vivemos traz muitas lições. Para todos os lados. A primeira é para o próprio Rodrigo Pinheiro, vitorioso no primeiro turno, que contou com o apoio crucial de Raquel Lyra para chegar a este resultado.
Certamente, a entrada de Raquel na campanha, assumindo a frente das atividades de rua, do guia eleitoral e do rumo político da campanha não agregou apenas os 2% que garantiram a vitória no primeiro turno.
Ela agregou muito mais que isso e fica claro que sem a presença dela na campanha, como ocorreu logo no começo, provavelmente teríamos segundo turno.
Agora, espera-se que o prefeito Rodrigo Pinheiro compreenda e aceite o importante papel que Raquel teve na sua vida política e que ainda terá no futuro.
A outra lição importante vai para a oposição. Também ficou claro que não há mais como ser oposição sem fazer oposição. E mais ainda, não há como ganhar uma eleição sendo oposição sem fazer oposição. Esses tempos não voltam mais.
A reorganização da oposição será urgente e abre espaço para novas lideranças. Ainda não está claro como a oposição parlamentar vai se organizar, mas ela será fundamental para garantir o contraditório e o mínimo de debate na Câmara dos Vereadores.
Por fim, a própria governadora Raquel Lyra sai dessa eleição com uma mensagem. Ela renovou o mandato de prefeita de Caruaru em 2020 com 114.466 votos. Em 2022, venceu a disputa para o Governo do Estado levando 159.520 votos. E agora, em 2024, com toda a estrutura da máquina estadual trabalhando forte para reeleger Rodrigo Pinheiro, ela conseguiu 102.198.
São sinais que podem indicar algo para 2026.
*Doutor em Ciência Política (UFPE) e professor adjunto II – Asces-Unita