A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está executando obras emergenciais para minimizar os impactos da escassez de chuvas e garantir a continuidade do abastecimento de água para os municípios atendidos pelo Sistema Jucazinho, cuja barragem está em situação de pré-colapso.
Nesta semana, a Companhia iniciou intervenções, em Caruaru, para interligar a Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho. A previsão é transportar 400 litros de água por segundo do Rio São Francisco para a Estação de Tratamento de Água (ETA Salgado). Com essa medida, a Compesa conseguirá manter o atendimento da população de Caruaru, além de continuar fornecendo água de Jucazinho pelos próximos meses às outras cidades que também dependem deste sistema.
Além de Caruaru, o Sistema Jucazinho é responsável pelo abastecimento de água das cidades de Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá. A iniciativa beneficiará diretamente 850 mil pessoas e recebe investimento de R$ 4,4 milhões.
Além da interligação da Adutora do Agreste ao Sistema Jucazinho, a Compesa está implantando, em Caruaru, uma nova adutora de três quilômetros de extensão que sai da Estação de Tratamento de Água Petrópolis até o reservatório Santa Rosa para atender especificamente os bairros Santa Rosa, Vassoural, Indianópolis, Inocoop e José Liberato, antes atendidos pela Adutora de Jucazinho.
“Com a adoção dessas medidas, preservaremos o volume restante de Jucazinho, garantindo o abastecimento de água até o próximo período de chuvas e minimizando o risco de desabastecimento total das cidades atendidas por esse sistema”, observa o presidente da Compesa, Alex Campos.
O titular da Compesa adianta, ainda, que tais intervenções serão integradas ao sistema de abastecimento de Caruaru, apesar de serem executadas em caráter emergencial. “Esses investimentos somam-se como alternativas de flexibilidade no abastecimento, de forma a mitigar cenários de crises hídricas futuras. Ou seja, não apenas atenderão o cenário de escassez hídrica atual, mas são obras estruturadoras tanto para a produção quanto para a distribuição de água na região”, finalizou Campos.
As previsões climáticas para o primeiro trimestre de 2025 apontam para índice de chuvas abaixo da média, com temperaturas superiores à média histórica em todo o estado. Este fenômeno tem afetado fortemente os níveis dos reservatórios para abastecimento humano, com grau de evaporação intenso dos volumes de água armazenados. De acordo com a Companhia, 12 mananciais estão em colapso total e 29 se encontram em estado de alerta.
No final de 2024, a Companhia divulgou a ampliação do calendário de abastecimento em 15 municípios da Região Metropolitana do Recife e do interior do Estado. Outras 51 cidades estarão em estado de alerta e podem ter os cronogramas de distribuição de água alterados ainda no mês de fevereiro, a depender da ocorrência de chuvas nos próximos dias e capacidade de recuperação dos níveis dos mananciais
A Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim, verteu pela última vez há quase 15 anos. Hoje, está com apenas 5,76% de sua capacidade total de armazenamento, que é de cerca de 200 milhões de metros cúbicos de água. Esse percentual é o nível mais baixo desde 2020 e a tendência é de queda.