Atuação da Casa Civil em debate sobre comissões foi vista como “tentativa de interferência”

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Por Karol Matos
14 de fevereiro de 2025 às 21h00min
Foto: Nando Chiappetta

Além da discussão entre os parlamentares, nesta sexta (14), durante as reuniões das Comissões de Constituição, Legislação e Justiça, Finanças, Orçamento e Tributação, além de Administração Pública, mais um fato polêmico foi a presença de integrantes do Palácio do Campo das Princesas na Casa de Joaquim Nabuco, visto como uma tentativa de impedir a oposição, que formou maioria nos colegiados, liderasse as três principais comissões da Casa.

Os planos acabaram sendo frustrados, já que novas reuniões foram marcadas para amanhã (15), ocasião em que os presidentes e vice-presidentes poderão ser eleitos, mesmo que haja ausência dos deputados da base governista, porque ainda assim haverá maioria.

Os parlamentares que integram o “blocão” protocolaram um requerimento para anular os atos publicados ontem (13), em edição extra do Diário Oficial, convocando as reuniões dos colegiados para hoje e amanhã. O bastidor desse ocorrido é que o documento foi entregue por um integrante da Casa Civil, o que gerou críticas – sob reserva – por parte dos deputados.

Outro fato que chamou atenção foi a presença de um aliado da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) fazendo uma espécie de “assessoria” durante as reuniões, atuando de forma ostensiva nas coxias. Outros integrantes da Casa Civil, que dão apoio à atuação do chefe da pasta, também estiveram presencialmente na Alepe.

O sentimento entre deputados – governistas ou não – é de que é “absurda” a tentativa de interferência num poder que é independente, já que a Casa tem autonomia em relação às decisões internas que dizem respeito “apenas aos parlamentares”. A visão é de que a falta de habilidade por parte do setor que deveria fazer a ponte entre o Legislativo e o Executivo resultou no enfraquecimento da base na Casa e, consequentemente, nos colegiados.

O clima já não era bom, mas o ocorrido de hoje acabou gerando perplexidade e ainda mais chateação, considerando que o movimento foi enxergado como mais um erro político que prejudica diretamente a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Karol Matos

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