
Durante audiência nas comissões da Câmara dos Deputados nesta terça (10), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, manifestou preocupação com a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os descontos indevidos em benefícios do INSS.
Segundo o ministro, a investigação já está sendo conduzida com firmeza e profundidade por órgãos técnicos como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, o que torna a CPI, neste momento, desnecessária e até prejudicial.
“Falo com a experiência de quem foi deputado nesta Casa por 24 anos. Nenhum parlamentar investiga melhor que a Polícia Federal ou a CGU. Esses órgãos estão atuando com total liberdade. Já tivemos cinco servidores de alta patente afastados. Toda informação que uma CPI poderia buscar, esses órgãos já estão levantando com rigor técnico”, afirmou.
Wolney ressaltou que seu receio é que a CPI, em vez de colaborar com a apuração dos fatos, acabe por comprometer o ritmo das devoluções aos aposentados que sofreram descontos indevidos. “Minha preocupação é que a CPI atrase o ressarcimento. Que vire um palco de disputa política em que o interesse do cidadão fique em segundo plano e a verdade seja esquecida”.
O ministro reforçou que uma CPI é instrumento importante quando há omissão do Estado — o que, segundo ele, não se aplica ao caso. “Não há omissão. O que há é ação firme, transparente, com resultados concretos. O Executivo está enfrentando o problema de frente, com coragem e responsabilidade”.
Apesar da crítica ao momento político da proposta, Wolney reconheceu a autonomia do Parlamento na decisão. “Essa é uma decisão soberana da Câmara e do Senado. São os deputados e senadores que vão avaliar se essa CPI é necessária ou não. O que posso garantir é que o governo não tem nada a temer. Inclusive, já está investigando, doa a quem doer.”
Para o ministro, o foco precisa seguir sendo o atendimento ao cidadão, o fortalecimento dos mecanismos de controle e a consolidação de uma nova fase da Previdência Social, marcada por integridade, transparência e respeito ao segurado.