6 de agosto de 2025 às 09h45min
O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) avaliou, em conversa com o Blog Cenário, as articulações de bastidor entre os deputados mais alinhados ao Palácio do Campo das Princesas para formar maioria governista na CPI criada na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
A informação foi revelada ontem (5) pelo blog, que, logo em seguida, conversou com Feitosa, presidente da principal comissão da Casa (Constituição, Legislação e Justiça). Segundo o bolsonarista, ele não foi incluído no debate para que Nino de Enoque retornasse à liderança do PL neste segundo semestre.
“Desconheço esse acordo, nunca existiu. Até porque a chegada de Nino à liderança foi naquele atropelo de 2023. Tudo que vem pela força, pelo arbítrio, por interferência, cai também por terra. Se isso ocorrer pela segunda vez, um partido que é pujante, que tem feito lutas, que agora mesmo ocupa a Mesa Diretora da Câmara e do Senado… Eu acho que, com uma intervenção branca, você ganha no momento, mas depois pode perder, como já perdeu, porque vem a maré de volta”, afirmou.
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Para Alberto Feitosa, uma eventual interferência do Palácio do Campo das Princesas nessa articulação enfraquece o partido.
“Acho que, se isso acontecer, no meu entendimento, o PL se enfraquece. Mais uma vez, o Palácio, que diz não interferir na vida dos partidos, está interferindo para retirar um líder [Abimael] que, inclusive, não foi escolhido à toa — foi enaltecido pelo próprio presidente Bolsonaro, em um vídeo no qual comemorou a questão das comissões”, avaliou o deputado. Sobre a CPI, acrescentou: “Quem não deve, não teme. Qual o problema de fazer apuração? A CPI é uma atividade normal do Parlamento.”
Feitosa também relembrou que a autonomia conquistada pelo partido deu protagonismo aos parlamentares que hoje articulam um movimento favorável ao governo.
“Joel, que sempre sonhou com a Comissão de Segurança, pôde ocupá-la; Renato Antunes teve a oportunidade de comandar a Comissão de Educação; e eu, a de Justiça. Então, isso foi uma construção que fez o PL crescer. Se houver interferência, não sei se isso contribui com o fortalecimento do partido ou com a subserviência. Se isso acontecer, fico entristecido”, finalizou Alberto Feitosa.
