A cena política de Belo Jardim vive um momento decisivo com a formalização do quarto pedido de cassação contra a chapa composta pelo prefeito Gilvandro Estrela (UB) e o vice José Lopes Silveira. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), de nº 0600489-30.2024.6.17.0045, é movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que aponta abuso de poder político e econômico durante a campanha de 2024.

De acordo com a petição, programas sociais implementados no período eleitoral teriam sido utilizados para promover a imagem do candidato à reeleição, entre eles o “Vivenciando Histórias”, que financiou viagens de estudantes para eventos culturais, e o “Bolsa Atleta”, destinado a jovens esportistas. O MPE sustenta que as ações foram amplamente divulgadas com caráter personalista, desequilibrando a disputa.

O caso ganhou repercussão após declarações do prefeito em uma emissora de rádio. Durante a entrevista, Gilvandro ironizou a morosidade da Justiça Eleitoral, afirmando que a lentidão processual o mantinha no cargo, e admitiu o uso da estrutura pública para fins eleitorais. Para juristas, tais afirmações fortalecem a acusação e reduzem as chances de defesa.

Se acolhido o pedido do Ministério Público, Gilvandro Estrela e José Lopes poderão perder os mandatos e se tornar inelegíveis até 2032, abrindo caminho para novas eleições no município. Especialistas avaliam que a reiteração de pedidos de cassação e as provas apresentadas tornam a absolvição da chapa juridicamente improvável.

Processo nº 0600489-30.2024.6.17.0045