Renato acusa UFPE de privilegiar MST e promete acionar Justiça 

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Por Redação
23 de setembro de 2025 às 19h20min
Foto: Breno Laprovitera

O deputado estadual Renato Antunes (PL) anunciou que vai acionar o Ministério Público e ingressar com ação na Justiça contra a criação de 80 vagas no curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru, destinadas exclusivamente a beneficiários da reforma agrária, no âmbito do programa Pronera. 

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Em duro discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Antunes acusou a universidade de “rasgar a Constituição” e transformar uma política pública em “instrumento de aparelhamento ideológico”.

Segundo o parlamentar, o edital não menciona explicitamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mas o público-alvo da seleção seria formado, em sua maioria, por assentados organizados por esse movimento. 

“Para ser médico no Brasil de hoje, não é mais preciso fazer Enem, basta invadir uma terra”, ironizou. Ele acusa o governo federal de criar uma “porta lateral” para o ingresso no ensino superior, privilegiando grupos aliados sob o argumento de inclusão.

O deputado fez questão de comparar sua trajetória pessoal, em que prestou dois vestibulares para universidades federais, ao modelo de seleção proposto pela UFPE. Para ele, trata-se de um “atalho político” que fere o princípio da isonomia previsto na Constituição. 

A educação pública virou um balcão de favores. Se você faz parte do movimento certo, tem vaga garantida, sem concorrência, sem meritocracia”, afirmou Renato Antunes.

Presidente da Comissão de Educação na Alepe, Renato também criticou o conteúdo exigido na redação do processo seletivo, limitado a temas como reforma agrária e saúde do campo. Renato classificou o critério como “doutrinação ideológica disfarçada de avaliação” e chamou o edital de “vestibular militante”. 

É o retrato de um Estado que perdeu a vergonha. A universidade pública virou trincheira da militância”, disse o parlamentar.

Ao anunciar que judicializará o caso, Renato Antunes deve mobilizar parlamentares da oposição ao governo Lula, que enxergam no Pronera uma forma de manutenção de influência dos movimentos sociais no interior do estado. 

A UFPE, até o momento, não comentou oficialmente as críticas. A disputa em torno do edital deve se tornar um novo ponto de atrito entre a bancada conservadora e o núcleo político-pedagógico das universidades públicas.

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