Em meio à ameaça de privatização, Alepe debate futuro do Metrô do Recife

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Por Redação
20 de outubro de 2025 às 16h45min
Foto: Anderson Stevens

A situação da malha ferroviária da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na Região Metropolitana do Recife foi tema de debate em uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco nesta segunda (20). Uma iniciativa conjunta dos deputados Rosa Amorim (PT) e João Paulo (PT), que lotou o Auditório Sérgio Guerra no debate sobre privatização.

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Para a deputada Rosa Amorim, o metrô precisa de prioridade e não que ele seja tratado como um mero negócio. “Querem nos convencer de que privatizar é modernizar. Mas nós sabemos o que está por trás desse discurso: entregar ao lucro o que pertence ao povo. Privatizar não é resolver o problema, é transformar o problema em negócio. E quando o transporte vira negócio, a tarifa sobe. O serviço piora. O trabalhador perde direitos. E o povo, que depende do metrô para trabalhar, estudar e viver, é quem paga essa conta”, afirma a parlamentar.

Nós assistimos o nosso Brasil ter R$ 50,4 bilhões em emendas parlamentares, enquanto o nosso metrô do Recife precisa de R$ 2,2 bilhões. Essa conta não pode ser mais uma vez transferida para a população. Por isso, me manifesto contra qualquer tipo de privatização, seja do metrô, dos parques do Recife ou da Compesa”, apontou o deputado João Paulo, que fez do seu pronunciamento a leitura da Carta do Metrô do Recife ao presidente Lula escrita pela Frente Contra a Privatização e do Sindicato dos Metroviários, que foi assinada pelos presentes.

A CBTU foi representada pela sua diretora técnica, Adriana Fonseca Lins, que destacou a crise financeira que a empresa enfrenta e a necessidade de investimentos para a melhoria do serviço e a continuidade da empresa. “Os valores recebidos pela CBTU ao longo dos anos deixam a empresa inoperante para conquistas de melhorias e estão sempre aquém dos termos de custeio, trazendo preocupação constante de como vamos sobreviver com os contratos para o término do exercício atual e para manter os compromissos do ano seguinte”, aponta.

A audiência contou com a presença de representantes do Sindicato dos Metroviários, do Sindicato dos Ferroviários, da Secretaria estadual de Mobilidade, da Frente de Luta pelo Transporte Público, do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco, da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE); bem como de usuários, gestores públicos e especialistas em mobilidade.

A ameaça de privatização tem preocupado os metroviários e ferroviários, mas o diálogo entre o Governo Federal e o Governo de Pernambuco sobre o tema tem avançado apesar da rejeição. Conforme consta no projeto da concessão publicado pelo Governo Federal, o leilão para a concessão do serviço à iniciativa privada está previsto para acontecer até 2026, com a possibilidade de uma nova gestão assumir em 2027.

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