
Objeto de intensa polêmica ao longo da semana, as emendas parlamentares estão no foco de um grupo de trabalho montado pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco para que o Poder Legislativo estadual se adeque aos preceitos de transparência determinados pelo Supremo Tribunal Federal.
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Recentemente, o ministro Flávio Dino estipulou que a execução das emendas aprovadas para 2026 só podem começar se as casas legislativas comprovarem, através dos tribunais de contas, que implementaram as regras de transparência definidas pelo STF. O prazo para essa adequação segue até 31 de dezembro.
Nesta semana, Alepe e TCE-PE iniciaram os trabalhos para definir esses preceitos em comum acordo com o Poder Executivo. O primeiro encontro reuniu o atual presidente, Valdecir Pascoal; o futuro presidente, Carlos Neves; e o procurador-chefe do TCE, Aquiles Viana; além do superintendente parlamentar da Alepe, Álvaro Mendonça; e o procurador da Casa, Paulo Pinto. A Corte também já procurou integrantes do Governo do Estado e o objetivo é remeter as informações ao STF até o final deste mês, garantindo que o Legislativo de Pernambuco lidere a adequação às regras do Supremo.
Em paralelo, a discussão em torno do percentual das emendas sobre a receita corrente líquida segue abrindo debate entre parlamentares e sociedade civil. A PEC 31/2025, apresentada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco, propõe equiparar, a partir de 2027, o percentual das emendas parlamentares ao modelo adotado na Câmara Federal, hoje fixado em 1,55%.
A nova PEC apresentada se baseia ao princípio da simetria com a Câmara dos Deputados, que já está em discussão no Supremo Tribunal Federal. O STF analisa duas ADIs movidas pelos governadores da Paraíba e do Mato Grosso, para alterar as respectivas constituições estaduais que preveem 2% da Receita Corrente Líquida para emendas parlamentares.
No caso da Paraíba, o ministro Alexandre de Moraes concedeu liminar limitando esse percentual a 1,55%, equiparando ao teto da Câmara dos Deputados. Já no caso do Mato Grosso, o relator Dias Toffoli manteve a previsão de 2%, mas com a exigência de que 50% desse montante seja destinado à saúde, mas o caso ainda não foi analisado em sua plenitude, porque os ministros Flávio Dino e Moraes defendem que o limite deveria ser de 1,55%, seguindo o entendimento da ADI relativa à Paraíba.
Com prazos curtos e debate jurídico em andamento no STF, Pernambuco se move para não apenas cumprir as exigências, mas marcar posição na discussão nacional sobre a importância das emendas parlamentares que acabam sendo criticadas, mas conseguem chegar na ponta, beneficiando municípios e entidades que, por muitas vezes, não são enxergadas pelo Executivo estadual.













