Coluna do sábado

Programado para acontecer no próximo sábado (16), o “Ouvir para Mudar”, da governadora Raquel Lyra (PSDB), deve unir, no mesmo palanque, dois dos mais ferrenhos opositores em Caruaru. O evento, que contemplará os municípios do Agreste Central, vai reunir políticos que representam a região. Entre eles, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), e o deputado federal Fernando Rodolfo (PL).

Um pretende alcançar a reeleição de forma tranquila, ainda no primeiro turno. O outro figura entre os principais nomes da oposição no município e, desde o fim do pleito de 2022, não tem dado sossego ao atual prefeito. Embora a eleição seja apenas em 2024, ambos têm esquentado o debate político.

No evento, Raquel deve buscar manter o jogo de cintura. De um lado tem Rodrigo, que vem tocando o projeto iniciado por ela em Caruaru e é quem, inevitavelmente, herda seu apoio, já que os dois, por ora, permanecem no PSDB. Rodolfo, por outro lado, não pode ser escanteado. Primeiro, porque é o único federal do município; segundo, por ser do PL, legenda comandada pelos Ferreira e que tem importante papel na base da tucana.

Informações de bastidor dão conta de que o prefeito deve mobilizar um grande número de aliados para mostrar força junto a Raquel, e tentar apequenar Rodolfo, não dando visibilidade ao parlamentar. A estratégia, por outro lado, deve ser bem calculada, já que, a depender do tom, o efeito pode ser reverso. E, perspicaz como é, Fernando Rodolfo, conseguiria explorar com facilidade a situação.

No final das contas, mesmo se tratando de uma agenda administrativa, qualquer movimento da governadora será lido como uma sinalização política e poderá fazer a diferença no embate para 2024, que já começou, o que só comprova que Raquel Lyra continua sendo o maior cabo eleitoral da Capital do Agreste.

Notas

Legenda concorrida – Além do empresário Douglas Cintra e do ex-deputado Erick Lessa (PP), que voltou a tentar conquistar o comando do Republicanos em Caruaru, o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) também entrou no páreo para ter a legenda no seu palanque. Na próxima semana, o gestor da principal cidade do Agreste vai prestigiar a posse de Silvio Costa Filho no Ministério de Portos e Aeroportos, em Brasília, e pretende dialogar sobre o assunto com dirigentes do partido.

Portas Fechadas – Na tentativa de se abrigar em uma legenda para o pleito do ano que vem, o ex-deputado Erick Lessa, atualmente no PP, mas sem espaço, vem tentando algumas opções partidárias. Uma delas, foi o União Brasil. Os principais dirigentes da legenda almoçaram na última quarta (6) e descartaram essa possibilidade, principalmente por já existir um nome majoritário pré-lançado pela direção estadual e nacional da sigla: Raffiê Dellon.

Rachou de vez – Apesar de ter apenas o deputado Luciano Duque (SD) como político de mandato na Capital do Xaxado, a presidente estadual do Solidariedade, Marília Arraes, aproveitou sua passagem pela Festa de Nossa Senhora da Penha, em Serra Talhada, para se reunir com os opositores de Duque, os irmãos Sebastião e Waldemar Oliveira, ambos do Avante. A relação azedou, após a aproximação do parlamentar com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Curtas

Águas passadas – Embora tenha deixado o PDT, após ter seu nome vetado pela cúpula do partido em 2020, o deputado Túlio Gadêlha (Rede) disse que não há nenhum tipo de mágoa do presidente estadual da legenda, Wolney Queiroz, que resolveu levar a sigla para o palanque de João Campos (PSB). Disse ele, que ambos mantém uma boa relação.

Justificativa – Em entrevista à Cultura FM, o ex-senador Armando Monteiro garantiu que sua saída do PSDB se deve ao fato de o partido não possuir vida orgânica no estado. Ele também revelou que fora do tucanato, pode ficar à vontade para fazer “críticas construtivas” ao governo Raquel Lyra.