O deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) fez uma avaliação do resultado do Partido Liberal nesta eleição no Recife. A legenda é dividida em duas alas: a primeira é a dos Ferreira, que tem como principais integrantes o presidente estadual Anderson, o deputado federal, André, o vereador Fred Ferreira, e o deputado estadual Renato Antunes. A segunda é a de Gilson Machado, da qual Feitosa faz parte, tendo agora também o vereador eleito, Gilson Filho.
Em conversa com o Blog Cenário, Feitosa disse que o percentual de Gilson foi bom em meio ao cenário local, mas o partido em si poderia ter um resultado melhor.
“Ficamos mais de três vezes em número de votos percentuais do que o candidato da governadora. Eu acho que o resultado foi extremamente positivo. Muita gente apostava que nós não subiríamos para os dois dígitos, mas lamentavelmente não houve a campanha que a gente quis que houvesse. Principalmente porque, com a participação da Dani Portela, do próprio Daniel, ficou um jogo muito fácil para João Campos. Eu acho que se os outros candidatos tivessem subido, nós teríamos passado dos 20% a 25%”, iniciou.
“Minha relação com todos do partido é muito tranquila, amistosa e respeitosa. Mas eu sou crítico comigo e com tudo que acontece. Eu acho que não foi bom para os Ferreira a forma que terminaram as eleições no estado de Pernambuco, onde, inclusive alguns procedimentos não foram muito normais. Quando você tem um candidato que tem laço familiar, você pega aquele candidato e dá todo o fundo partidário e deixa 18 outros candidatos sem nenhum recurso, eu acho que isso não é bom. Tanto que não é bom, que os números mostraram isso. Se a gente tivesse tido um pouquinho de votos a mais na chapa, ao invés de ter feito quatro vereadores, teríamos feito o quinto”, completou Feitosa.
O deputado não acredita numa “crise” partidária, mas defendeu que o PL precisa de uma espécie de autocrítica para seguir em harmonia com o bolsonarismo.
“Eu acho que essa eleição fez um alerta a todos aqueles que são do PL, não só aqui, mas a nível nacional, o quanto é importante a nossa união, porque o bolsonarismo e o PL cresceu e cresceu muito, sobretudo aqui no Nordeste. Bolsonaro está muito mais forte, o próprio PL sabe que precisa do Bolsonaro para ser o maior partido como hoje é, então, acho que tem uma série de componentes que serão colocados numa mesa de negociação e a gente vai sair com a melhor solução, porque na política tem tudo, menos autofagia, então acho que é isso que a gente não quer. Acho que Anderson saberá fazer muito bem essa análise, Anderson tem um perfil tanto quanto conciliador, são coisas que precisam ser corrigidas. Até porque, o fundo partidário é um conjunto de forças e a maior força é do próprio Bolsonaro. Isso quer dizer, precisa a gente sentar na mesa e alinhar esse jogo. Não tem muito tempo para baixar as armas, abrir os espíritos para que a gente possa crescer e não dividir. Eu acho que ficam muitos ensinamentos”, avaliou o deputado estadual.
Alberto Feitosa disse que o PL está muito organizado, principalmente porque conseguiu apresentar candidaturas em todas as regiões do estado, mas é preciso ser “pragmático”. Em tom irônico, chamando as diversas vertentes do PT de “facções”, o bolsonarista afirmou que sua legenda tem a aprender com o Partido dos Trabalhadores.
“O melhor ensinamento do PL é o PT. O PT briga toda hora, tem cinco congregações, ou melhor, cinco facções, já que a gente diz que tem tantas ações criminosas, né? E, no final, quando chega na questão do voto, ele torna aquilo ali útil, tanto que foi baixa votação da Dani Protela. a gente achou que o PT ia reagir e não ia seguir [com João Campos], como não seguiu com o Danilo votando em Marília. Isso também atrapalhou [o resultado] aqui no Recife. Então, a gente tem que aprender um pouco com o PT: briga, discute, coloca posições, mas na hora do voto, a gente tem que ser focado no resultado”, afirmou.