A Secretaria de Educação de Pernambuco atravessa um momento de transição, com a gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) se aproximando da nomeação de seu terceiro titular para a pasta. Após as saídas de Ivaneide Dantas e Alexandre Schneider, especula-se que o deputado estadual João Paulo (PT) possa assumir o cargo, em um movimento que poderia aproximar o PT do governo estadual.

Porém, enquanto as articulações sobre o futuro da pasta seguem nos bastidores, o deputado estadual Renato Antunes (PL), que tem a Educação como uma das principais pautas do seu mandato, concedeu entrevista ao Blog Cenário para avaliar as possíveis mudanças.

Para Renato Antunes, as trocas de comando na Educação ocorreram por questões pessoais e não por problemas administrativos. “As mudanças foram pontuais, com dois secretários de perfil técnico, Ivaneide e Alexandre, que saíram por questões pessoais. De uma forma geral, no meu ponto de vista, a Educação tem entregado”, afirmou.

Antunes destacou avanços como o aumento na climatização das escolas, que passou de 22% para 47%, e a entrega de kits escolares e fardamentos de forma mais organizada. Apesar disso, ele reconhece desafios como a infraestrutura de algumas escolas e a dependência excessiva da Secretaria de Administração nos trâmites burocráticos.

Perfil técnico x indicações políticas
Questionado sobre a possibilidade de seu próprio nome ser indicado para o cargo, Renato Antunes afirmou preferir continuar seu trabalho na Assembleia Legislativa. “Fico feliz por ser lembrado, mas acredito que a governadora deva escolher um nome técnico que possa dar continuidade às entregas. A Educação não pode ser palco de política partidária”, pontuou.

Antunes também alertou para os riscos de constantes trocas de liderança na pasta. “Daqui a um ano e três meses, qualquer deputado que fosse convocado teria que se descompatibilizar, o que significaria uma nova mudança. Esse sentido eu acredito que ela não fará uma indicação política na Alepe ou um deputado federal porque isso vai implicar em uma nova mudança e eu acredito que ela precise de um nome que ela possa levar até o final da gestão dela”, avaliou Renato.

Concursos e desmembramento da Educação e Esportes
O liberal também apontou a convocação de mais de 9 mil professores, considerada a maior nos últimos 20 anos. “Isso ajudou a equilibrar a distorção entre contratos temporários e efetivos na rede, mas ainda há muito a ser feito”.

Sobre o desmembramento da Secretaria de Educação e de Esportes, o parlamentar considerou a decisão acertada. “Embora eu defenda um estado mais enxuto, o desmembramento foi necessário. Pernambuco tem potencial para se consolidar como polo esportivo, e uma secretaria específica ajuda a atrair investimentos e descentralizar os centros de treinamento“, finalizou.