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A vereadora do Recife Jô Cavalcanti (PSOL) propõe à Câmara Municipal, nesta quinta (6), a criação da Frente Parlamentar de Monitoramento de Enchentes e Alagamentos, um dia após chuvas que deixaram duas pessoas mortas e a cidade paralisada, em alerta máximo. O objetivo da frente é ser uma plataforma de diálogo constante da sociedade civil com o poder público, para desenvolver soluções e alternativas para a questão, além de fiscalizar as ações de mitigação no município.
“Com essa frente, queremos atuar em conjunto e com base no diálogo na construção do primeiro plano municipal de combate às enchentes do Recife ainda neste semestre. A ideia é desenvolver propostas de ações de curto, médio e longo prazo, tanto de prevenção de riscos quanto de protocolos para situações de emergência”, explica a vereadora. Segundo dados do Painel Brasileiro de Mudanças Climática, Recife é a 16ª cidade do mundo mais vulnerável aos efeitos da mudança climática e a capital do país mais ameaçada pelo avanço do nível do mar.
Um artigo publicado na revista científica Cities, publicado em 2021, aponta que os riscos de enchentes e deslizamentos devem se agravar à medida que temporais se tornam mais intensos e frequentes, segundo as previsões no contexto da mudança climática. Em maio de 2022, durante o que foi considerado o maior temporal dos últimos 42 anos, 133 pessoas morreram na Região Metropolitana do Recife. De acordo com relatório do Instituto para a Redução de Riscos e Desastres da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), quase metade (44%) do território municipal apresenta alto risco de alagamento e inundação.
“Em meio a uma crise ambiental global, a população da nossa cidade não pode estar à mercê dos acontecimentos. É preciso agir urgentemente para que as pessoas não percam suas vidas em tragédias que poderiam ser evitadas com planejamento e infraestrutura. E é fundamental popularizar o debate ambiental, trazer esse debate para o contexto urbano, principalmente para as periferias, onde estão as pessoas mais impactadas por esses processos. É uma questão de dignidade, justiça climática e proteção à vida”, afirma Jô Cavalcanti.