
Embora seja um ato administrativo, o fato da antecipação da eleição de 2026 em Pernambuco jogou luz no evento comandado pelo presidente Lula, nesta terça (2), em Ipojuca. Com um evento recheado de discursos enfadonhos, um deles chamou atenção, o da governadora Raquel Lyra (PSD), que estava num ambiente adverso, cheio de opositores políticos.
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Entre eles, os ministros pernambucanos Silvio Costa Filho, Wolney Queiroz e Luciana Santos, além do prefeito do Recife, João Campos (PSB), eventual candidato a governador de Pernambuco no próximo ano. Quebrando protocolos, com a ausência do prefeito de Ipojuca, Carlos Santana (Republicanos), João fez o uso da fala, algo incomum e curioso, principalmente pela posição dele de pré-candidato. Ao ser anunciado, ouviu gritos de “meu governador” vindos de arte do público presente. Ele fez um breve discurso sobre as benesses do governo Lula, enaltecendo a parceria com o petista.
Raquel Lyra, por sua vez, falou por cerca de 20 minutos, fazendo uma extensa prestação de contas das ações da gestão estadual, citando os programas Bom Prato, Mães de Pernambuco, Pix Tênis e garantindo a construção das creches prometidas para os municípios. Entretanto, no fim do discurso, a governadora deu o tom político que lhe faltava. Integrante do PSD, partido de Gilberto Kassab, que ontem (1º) mesmo reforçou apoio à eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a gestora tirou da relação com Lula as cores partidárias.
“Pernambuco sempre foi líder do Nordeste brasileiro. Antes de qualquer lugar do Brasil, a gente decretou que a pátria nascia aqui. E se tem uma bandeira que nos une, presidente, é essa. Eu não estou falando aqui nem de verde, de amarelo, nem de roxo. Eu estou falando das cores que unem o nosso povo”, disse, levantando a bandeira do estado.
“E essa bandeira é a de Pernambuco, que faz com que a gente diga, presidente, que eleição é no ano que vem, que se disputa na urna, mas que agora é hora de cuidar do povo, que é hora de fazer Pernambuco e o Brasil crescerem, mas não deixar ninguém para trás. No tempo de Deus, ele permitiu que a gente estivesse aqui, e eu o senhor estamos podendo trabalhar por esse povo, podendo gerar oportunidade e esperança. Que Deus continue abençoando a gente, presidente. […] O senhor sabe que pode contar com o nosso povo e com o nosso governo, presidente. Continue contando, porque eu sei que eu posso contar com o senhor, com o Governo do Brasil, para fazer mais pessoas como essas, ter fé e esperança no futuro”, finalizou.
Lula pareceu não ter gostado do tom eleitoral da fala da governadora e não deu tanta atenção à primeira tentativa de foto de Raquel Lyra. Ela, no entanto, insistiu. “Presidente, me permita. Eu queria tirar essa foto com você no dia do meu aniversário, posso?”, pediu.
O presidente foi obrigado a sorrir ao lado de Raquel, segurando a bandeira do Brasil, enquanto a multidão de petroleiros cantava parabéns para a governadora.














