Na sessão desta quinta-feira (25), da Câmara Municipal de Caruaru, o vereador Galego de Lajes (MDB) fez uma tocante fala ao relembrar o assassinato do seu pai, que aconteceu há alguns anos. Tudo começou quando o Cabo Cardoso (PP) lamentou a morte de uma mulher de 28 anos, que foi vítima de latrocínio na última terça (23), em Caruaru, e criticou os defensores dos Direitos Humanos e movimentos feministas, alegando que nenhum representante dessas causas deu apoio à família dela. A vereadora Perpétua Dantas (PSDB), que é advogada e milita nesses dois movimentos, também se solidarizou pela morte da mulher, mas defendeu as causas.
Momentos depois, Galego pediu a fala e visivelmente emocionado relembrou o assassinato do seu pai. O parlamentar disse que em algum momento iria comentar o assunto, mas foi tocado a ir na tribuna hoje, dando a entender que era algo que ele vinha se preparando para levar ao plenário.
Galego criticou a criminalidade e os advogados de defesa na época do julgamento do assassino. Segundo o parlamentar, o sentimento no tribunal era de que o pai dele seria o “bandido”. Após o discurso incisivo, ele fez questão de citar os nomes dos dois advogados que defenderam o assassino do seu pai. O que ninguém esperava era que um deles fosse Perpétua Dantas, que hoje divide espaço com Galego na Casa Jornalista José Carlos Florêncio.
“Os direitos humanos, sabe onde ‘está’? No presídio. Sempre estiveram no presídio”, disse ele, em referência ao projeto de extensão que Perpétua coordena na Penitenciária Juiz Plácido de Souza.
“Será que a família de ‘Zé de Né’ [pai de Galego] não precisava de um apoio moral. Será que não precisaram? Não! O ‘Direitos Humanos’ achou que quem precisava era o assassino. E foram lá, dois advogados. E eu vou dizer os nomes deles, dois dos melhores criminalistas de Caruaru: dr. Saulo Amazonas e dra. Perpétua Dantas, ‘defender’ o assassino do meu pai, de uma forma que se eu não conhecesse o meu pai da forma que eu conhecia, eu ia dizer ‘não, o bandido é meu pai’, aquele cara é gente boa”, bradou o parlamentar, que foi aplaudido. Perpétua, por sua vez, não pediu a fala.
Confira o trecho do discurso: