Deputado diz que CPI do Caso Beatriz não acontecerá por “culpa” de Gleide e Juntas

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Publicado por Karol Matos
3 de fevereiro de 2022 às 13h11min
Foto: Roberto Soares

Romero Albuquerque (PP) provocou o primeiro debate acalorado do ano na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Em seu discurso na Reunião Ordinária da quarta-feira (2), o deputado fez críticas às colegas Gleide Ângelo (PSB) e Jô Cavalcanti (PSOL). Segundo Albuquerque, as deputadas trabalharam contra a criação da comissão desde que ele deu início à coleta das assinaturas. O deputado pareceu bastante irritado com a mandatária do coletivo Juntas que, segundo ele, vazou a lista dos parlamentares que já haviam assinado e ajudou a pressioná-los a desistir da iniciativa.

Já nesta quinta-feira (3), durante uma entrevista, Albuquerque admitiu que a CPI não acontecerá. “Se eu pudesse responsabilizar duas pessoas por não termos criado essa CPI, seriam Gleide e a Juntas”, disse ao jornalista Aldo Vilela, dando detalhes da movimentação que ele classificou como “mal assombrada” nos bastidores.

Para ser protocolado, o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito precisa ter, além da assinatura do autor, o apoio de outros 16 deputados, totalizando um terço dos parlamentares. Albuquerque conta ter o apoio oficial de 12 colegas e o compromisso de outros três deputados de situação. Somando, ainda assim faltaria uma assinatura para alcançar o objetivo. De acordo com ele, Jô e Gleide, que inclusive já atuou no caso, enquanto delegada, teriam se esforçado para jogar um balde de água fria nas articulações e argumentado, através de ligações e conversas, não haver necessidade de instaurar uma CPI.

“Não achávamos que seria tão difícil. Esse não é um trabalho de oposição, nem é algo para expor ou duvidar do trabalho da Polícia. Muito pelo contrário. A CPI é uma prerrogativa de qualquer casa legislativa, tem sua legitimidade respaldada pelo regimento interno e, neste caso, tem o único objetivo de agregar às investigações”, disse.

Romero foi recebido esta semana pelo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, e garante que Freire, mais uma vez, não demonstrou preocupação com a CPI. A SDS já havia emitido nota afirmando que esse é o papel do legislativo e que, portanto, a Alepe poderia dar sequência sem nenhum problema.

Karol Matos

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