A governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB), acaba de ser empossada primeira mulher a comandar o estado de Pernambuco. No evento, Priscila Krause também tomou posse enquanto vice-governadora.
Primeira Governadora
Filha do ex-governador João Lyra e sobrinha do ex-senador Fernando Lyra, Raquel Lyra Lucena é advogada, ex-delegada da Polícia Federal e procuradora licenciada do Estado de Pernambuco. Entrou para a política em 2010, quando filiada ao PSB foi eleita deputada estadual como a mulher mais bem votada para o cargo. A reeleição aconteceu em 2014, também pelo Partido Socialista Brasileiro. De 2011 a 2012, ela ainda chegou a ocupar o cargo de secretária da Criança e da Juventude no governo Eduardo Campos.
Em 2016, Raquel Lyra deixou o PSB após divergências com caciques do partido e se filiou ao PSDB, legenda pela qual concorreu às eleições municipais de 2016 em Caruaru. Naquele ano, ela foi a primeira mulher eleita para ocupar o cargo de prefeita da Capital do Agreste. Em 2020, Raquel foi reeleita, ainda no primeiro turno, com quase 67% dos votos.
Mesmo percorrendo o estado desde 2021, ela insistia em não confirmar que iria concorrer ao Governo de Pernambuco, deixando seu anúncio oficial para o dia 31 de maio de 2022, data em que renunciou à Prefeitura da Capital do Agreste e passou o bastão para o seu vice, Rodrigo Pinheiro (PSDB).
Figurando entre o segundo e o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno, a tucana contou com pouca estrutura durante a primeira fase da disputa. Em 2 de outubro, dia da votação para o primeiro turno das eleições em todo o país, Raquel Lyra perdeu o marido, com quem estava desde a adolescência e teve dois filhos: João Lyra Lucena, de 12 anos, e Fernando, de 10.
Fernando Lucena, de 44 anos, sofreu um infarto pela manhã, pouco antes do horário em que a família seguiria para o local de votação. Pouco antes de seguir para o sepultamento do marido, que aconteceu no Cemitério Parque dos Arcos, a candidata foi votar no Colégio Diocesano de Caruaru. Na mesma noite em que o enterro aconteceu, ela recebeu a notícia de que iria ao segundo turno, depois de obter 20,58%, contra 23,97% da então favorita, Marília Arraes (SD).
Pela primeira vez, Pernambuco teve uma etapa final das eleições com duas mulheres disputando o Governo do Estado. No segundo turno, Raquel e Marília protagonizaram uma intensa disputa jurídica cheia de condenações para ambas as partes ao longo de todo o período.