Nos últimos dias, o presidente da Câmara Municipal de Arcoverde, Siqueirinha (sem partido), tem se posicionado contrariamente ao Projeto do Lei, enviado pelo Poder Executivo municipal, que propõe a criação de 15 cargos na estrutura da Prefeitura, para formalização do setor de compras, na estrutura da Secretaria de Finanças.
O projeto, proposto pelo prefeito Wellington Maciel (MDB), além de garantir mais segurança jurídica ao processo de licitação e de compras pelo Executivo, no interesse da população e da correta aplicação do dinheiro público, atende a uma exigência legal, constante em leis e recomendações de órgãos de controle. Na prática, os cargos não irão gerar impacto no orçamento do Portal do Sertão, uma vez que substituirão cargos já existentes, com outras nomenclaturas, o que invalida o argumento defendido por Siqueirinha e pelos vereadores Rodrigo Roa (Avante) e Célia Galindo (PSB).
No discurso da oposição, a criação destes cargos seria desnecessária e um desperdício de dinheiro público, já que iria gerar um impacto de quase R$ 700 mil por ano no orçamento do município. Em vídeo recentemente publicado nas redes do vereador Rodrigo Roa, a informação é massificada, trazendo falas editadas de supostos moradores da cidade, criticando o projeto.
O que chama a atenção é a hipocrisia do posicionamento da bancada oposicionista, hoje liderada por Siqueirinha, que como presidente, criou no início da sua gestão como chefe do Poder Legislativo, nada menos do que 89 novos cargos comissionados, sem concurso público e de livre nomeação e exoneração, além de 11 funções gratificadas. É o que traz o texto do Projeto de Lei Complementar nº 02/2021, de autoria de Siqueirinha.
Na estrutura criada pelo projeto, apresentado pelo presidente da Câmara e aprovado com votos da bancada de oposição ao prefeito Wellington, contempla a criação de cargos como assessores especiais da presidência, chefe de gabinete da presidência, oficial de gabinete da presidência, assessor legislativo de articulação, entre outros, diretamente ligados e nomeados pelo próprio Siqueirinha. Isso tudo, além da função gratificada de chefe de setor de compras, um dos cargos tão criticados pela bancada oposicionista.
O mais chocante é a despesa que a ação de Siquerinha como presidente gerou. Com a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 04/2022, datado de 12 de dezembro de 2022, nas vésperas do recesso parlamentar, foram instituídos aumentos para todos os cargos comissionados e funções gratificadas criados em 2021, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2023. Com mais esse projeto do presidente Siqueirinha, será gasto o expressivo valor de R$ 4.105.660.00, só em 2023, para pagamento dos salários e do 13º salário. Esse projeto também contou com votos dos vereadores de oposição.
Desde a manhã desta segunda (29), o fato tem repercutido negativamente para o vereador e seus aliados na oposição, num momento onde Siqueirinha tenta consolidar-se como a principal alternativa do campo oposicionista na corrida pela Prefeitura, no próximo ano. O que já é chamado de “indignação seletiva de Siqueirinha”, tem gerado comentários e revolta nos moradores de Arcoverde.