Como já era previsto, o encontro que a deputada estadual de Pernambuco, Rosa Amorim (PT), teve com o presidente da Venezuela, o ditador Nicolás Maduro, repercutiu mal e acabou gerando um acalorado embate entre colegas do PT e PL ontem (27), na Alepe.

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Rosa estava na Venezuela, não tinha voltado ainda, e, por isso, faltou à sessão que aconteceu na parte da tarde. Apesar da ausência dela, o deputado do PL, Renato Antunes, fez questão de ir à tribuna para criticar a parlamentar sobre esse encontro.

“Eu fico assustado que a deputada Rosa vai a Venezuela, no momento conturbado que o mundo vive, de uma eleição que não foi reconhecida ainda pelo mundo, a ditadura que a gente observa naquele país, e a deputada foi se encontrar com Maduro. Ela fala em nome dos brasileiros, inclusive, falando da alegria, levando carinho para o presidente Maduro. E eu me pergunto, deputada, carinho de que brasileiro? Talvez de meia dúzia, do bando que anda com ela invadindo terra em Pernambuco”, disse Renato.

Renato, que é de direita, ainda chamou Rosa de hipócrita e afirmou que ela não representa a própria esquerda.

“A própria Rosa não representa a esquerda. A esquerda que eu acredito é uma esquerda equilibrada, que tem pontos divergentes, mas não loucos. Eu penso que a deputada tomou uma boa Coca-Cola estragada para pensar que ela representa a esquerda. Você visitar um país que está numa guerra civil, onde um presidente eleito de forma ilegítima, que toma o Judiciário, que tem o poder do Exército na mão, que é genocida, que mata índio e ela dizer que leva o carinho do povo brasileiro. Não! Ela está levando a hipocrisia dela e a sua insensatez”, completou.

Em outro momento, o deputado João Paulo, colega de Rosa Amorim no Partido dos Trabalhadores, também foi à tribuna para defender a parlamentar, dizendo que Renato poderia ao menos ter esperado o retorno da petista para falar cara a cara com ela.

“Renato Antunes se expressa com ansiedade incomensurável. Ele vem aqui a essa tribuna atacar o MST, chamar de bando, de hipocrisia, uma deputada competente de luta, uma deputada que inclusive está ausente. Ele poderia, no mínimo, respeitar uma mulher e esperar que ela voltasse da Venezuela para que, tête-à-tête com ela, pudesse fazer as críticas e dar a uma mulher o direito de defesa. Isso não se faz deputado, é muito pequeno”, rebateu João Paulo.

João Paulo ainda foi mais incisivo, dizendo que respeita Renato, mas tem mudado a visão sobre ele.

“Eu não vi da vossa excelência revolta, eu não vi esse DNA bolsonarista, com o que está acontecendo em Israel. E vossa excelência aqui não dá um piu, não dá uma palavra. Agora, para atacar uma parlamentar indefesa, vossa excelência tem a voz alta, vem aqui gritar. Minha mãe dizia sempre que quem diz o que quer escuta o que não quer. Eu respeito muito a vossa excelência, a vossa excelência tem até momentos de lucidez, mas está perdendo literalmente essa imagem que nós temos”, finalizou João.

Depois dessa discussão, Renato ainda subiu na tribuna novamente, deu a tréplica e reforçou seu posicionamento contrário ao encontro de Rosa com Maduro. No final da sessão, os dois logo conversaram, apertaram as mãos, riram e terminaram colegas, como são.