A Frente Popular do Recife impôs mais uma derrota à campanha de Daniel Coelho (PSD) e veiculou, na manhã desta sexta-feira (6), o primeiro direito de resposta desta campanha eleitoral à Prefeitura do Recife. Com um minuto de duração, a peça foi ao ar durante o guia eleitoral em emissoras de rádio e restabeleceu a verdade sobre a situação habitacional na cidade.
“A Frente Popular do Recife está aqui para restabelecer a verdade. As eleições mal começaram e os nossos adversários já partiram para o ataque e para a mentira. A Justiça condenou Daniel Coelho por usar informação falsa no seu guia eleitoral”, informou o texto apresentado pela locutora da peça veiculada. “Eleição é coisa séria. Não é vale-tudo. Usar dados falsos em nada contribui para o debate eleitoral. Foi por essa atitude que a Justiça puniu Daniel, porque ele mentiu. Essa é a verdade”, continuou.
O direito de resposta, que pegou a campanha de Daniel de surpresa, interrompendo o programa do pessedista antes de seu desfecho, apresentou números reais e atualizados sobre a situação habitacional no Recife. “Todos nós sabemos que a habitação é um desafio em todo o país, mas o número utilizado por Daniel não condiz com a realidade. O Recife reduziu em mais de 20% o déficit de moradia na cidade, número bem diferente do que a campanha utilizou. Além de 4,7 mil casas construídas, em obras ou já contratadas, o prefeito João Campos também garantiu segurança para cerca de dez mil famílias em áreas de morro”, disse a peça.
Essa foi a derrota mais dura sofrida por Daniel Coelho em apenas uma semana de veiculação do guia eleitoral em rádio e TV. Outras seis decisões judiciais já haviam sido obtidas pela Frente Popular do Recife determinando a suspensão de peças publicitárias da coligação Recife Levado a Sério que contivessem dados inverídicos sobre a situação habitacional na cidade.
A Frente Popular do Recife argumentou, nos processos, que “o déficit de moradia não guarda relação com o quantitativo das pessoas em situação de rua, uma vez que o déficit habitacional considera três aspectos, que são: habitação precária, coabitação e ônus com o aluguel”. Ainda segundo a coligação liderada pelo PSB, Daniel Coelho pôs em prática um “enredo manipulado” para “passar informações com números inverídicos, desatualizados e descontextualizados, com o nítido intuito de atingir negativamente o atual prefeito e candidato à reeleição”, ultrapassando “os limites da manifestação política e da crítica contundente”.
Nesta sexta, uma nova decisão manteve a proibição à propaganda irregular em todos os meios de comunicação por considerar que houve disseminação de “fato sabidamente inverídico”, além de aumentar para R$ 15 mil a multa se houver descumprimento. Também determinou que Daniel Coelho notifique emissoras de TV e rádio para que não mais veiculem o conteúdo impugnado e indique no processo a relação de mídias com esse teor, com previsão de multa de R$ 5 mil se o prazo definido for descumprido.