Um ato assinado na semana passada pela governadora Raquel Lyra (PSDB) retirou mais de R$ 3 milhões destinados às ações de prevenção da violência, para cobrir o buraco deixado em junho na saúde de policiais e bombeiros militares, de onde a chefe do Executivo estadual tinha retirado recursos que foram redirecionados para a Polícia Civil, transformando o caso numa sucessão de episódios em que se “descobre um santo para cobrir outro”.
Em ordem cronológica, o primeiro fato aconteceu em junho, quando a governadora assinou dois créditos suplementares que tiraram cerca de R$ 17 milhões do montante previsto para investir em assistência médico-hospitalar de policiais e bombeiros militares, além de seus dependentes, destinando esse recurso para a Polícia Civil, que iniciou uma verdadeira batalha contra o Estado com cobranças de melhorias. Mesmo assim, o objetivo do Palácio ainda não foi alcançado, já que até o momento não houve acordo com o Sinpol.
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De lá para cá, também não houve qualquer movimentação para repor os recursos retirados da saúde dos militares. Somente no início deste mês, um novo ato foi publicado, retirando um total de R$ 3.120.104,72 destinado à “melhoria na prevenção da violência nos espaços públicos”. Deste valor, R$ 305.343,72 foi para a gestão das atividades da SDS e o restante, R$ 2.814.761,00, foi devolvido ao caixa dos serviços de saúde da tropa. Além da governadora Raquel Lyra, também assinam o documento o chefe da SDS, Alessandro Carvalho; o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça; o secretário da Fazenda, Wilson José de Paula; além de Fabrício Marques, que comanda a pasta de Planejamento. Apesar desse “ressarcimento” para a saúde de PMs e bombeiros, eles não têm muito o que comemorar, já que o buraco aberto em junho ainda continua com saldo devedor de R$ 14,1 milhões.