Teresa acha “improvável” que Raquel seja candidata do PT em 2026

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Por Débora Albuquerque
20 de janeiro de 2025 às 15h40min
Foto: Divulgação

Em entrevista concedida à Rádio Folha nesta segunda (20), a senadora pernambucana, Teresa Leitão (PT), abordou temas de relevância nacional e regional, destacando os desafios enfrentados pelo governo Lula, as articulações políticas no estado e as prioridades do Partido dos Trabalhadores para os próximos anos.

Fake news e o recuo sobre o Pix
A senadora comentou sobre o impacto das fake news em decisões governamentais, citando o caso da falsa narrativa sobre a “taxação do Pix”. Segundo Teresa, a desinformação prejudicou não apenas o governo, mas também a economia popular. “A questão do Pix foi mal comunicada porque não era taxação, era algo que já existia. A Receita Federal já acompanha operações com Pix desde a sua criação. A ideia era elevar o teto de monitoramento de R$ 2 mil para R$ 5 mil, beneficiando pequenos empreendedores”, explicou.

Para a congressista, o governo enfrentou dificuldades para conter a propagação de informações falsas, o que forçou um recuo estratégico. “O recuo foi em nome de salvaguardar a economia popular e aqueles que utilizam o Pix em pequenos negócios. Evidentemente foi ruim para o governo, mas foi uma tentativa de minimizar os prejuízos para a população”, disse.

Ela destacou a importância de o governo ajustar sua comunicação e aprender com episódios como esse. “Foi um aprendizado, e o balanço desse sacolejo nos torna mais atentos para os próximos passos”, concluiu.

Cenário político em Pernambuco e as articulações do PT
Teresa Leitão também analisou o contexto político do PT em Pernambuco, mencionando as negociações internas e as alianças partidárias. Ela reforçou que, mesmo em um ambiente de tendências internas diversas, o PT precisa se organizar para fortalecer sua atuação nas eleições de 2026. “O foco principal de todo bom petista e aliado deve ser a reeleição do presidente Lula, que é prioridade nacional e deve estar em sintonia com os estados e municípios”, afirmou.

Sobre o cenário municipal no Recife, Teresa apontou as divisões internas do PT em relação à gestão do prefeito João Campos (PSB). “O PT está na gestão porque foi convidado pelo prefeito e participou do debate sobre os espaços que ocuparia. As negociações ainda não estão concluídas, mas é importante que essas discussões fortaleçam o partido”, afirmou.

A parlamentar também defendeu o diálogo contínuo dentro do partido para consolidar alianças que atendam às prioridades nacionais. “Em Pernambuco, a relação entre PT e PSB faz parte de uma aliança que reflete a composição política nacional. Essa parceria será debatida à medida que nos aproximarmos das eleições”, declarou.

Raquel Lyra e as especulações para 2026
Sobre as recentes declarações do deputado estadual João Paulo, que sinalizou a possibilidade de apoio do PT à governadora Raquel Lyra (PSDB) em 2026, Teresa foi cautelosa. “A oposição à governadora Raquel Lyra deve ser feita de maneira articulada na Assembleia Legislativa, e isso não tem acontecido de forma consistente. Apesar disso, é improvável que Raquel seja candidata do PT em 2026, considerando que seu partido hoje é oposição ao presidente Lula”, ponderou.

A petista ainda destacou que alianças em âmbito nacional devem ser prioridade para o partido. “As eleições de 2026 serão decididas com base nas prioridades nacionais, e o candidato do PT será definido em sintonia com o presidente Lula”, enfatizou.

Fake news e as redes sociais
A senadora aproveitou para criticar a propagação de fake news nas redes sociais, que, segundo ela, têm prejudicado o debate público e a política. “Estamos em um momento crítico em relação às redes sociais e à liberalização de conteúdos, muitos deles nefastos, que afetam principalmente jovens e crianças. Todo cuidado é pouco”, alertou.

O papel do PT e os desafios futuros
Teresa Leitão encerrou a entrevista reforçando a importância de o PT debater suas estratégias de forma interna e coletiva. Ela também destacou a necessidade de o partido fortalecer sua unidade em Pernambuco para contribuir com o projeto nacional. “O PT de Lula precisa se consolidar em todas as esferas, e isso deve ser o norte das decisões que tomaremos daqui para frente”, finalizou.

Débora Albuquerque

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