Na Alepe, Socorro Pimentel faz alerta contra o avanço das “bets”

Notícias
Por Redação
19 de maio de 2025 às 16h45min
Foto: Flávio Japa

Durante a reunião plenária desta segunda (19), a deputada estadual Socorro Pimentel (UB) subiu à tribuna da Alepe para fazer um alerta sobre o crescimento desenfreado das plataformas de apostas online, conhecidas como bets. Em seu discurso, a parlamentar afirmou que esses jogos estão contribuindo para o adoecimento da sociedade brasileira. 

Socorro chamou atenção para o que classificou como uma “epidemia silenciosa e devastadora”, que afeta especialmente os mais vulneráveis. “Estamos falando de vidas sendo quebradas, de famílias desfeitas, de jovens adoecendo emocionalmente, de crianças crescendo ao lado de pais viciados em apostas”, afirmou.

Segundo dados citados por Socorro, apenas entre janeiro e julho de 2024, 25 milhões de brasileiros apostaram em plataformas digitais. Em cinco anos, 52 milhões já realizaram pelo menos uma aposta, e quase metade são novos jogadores, muitos sem qualquer preparo emocional, financeiro ou psicológico.

Para Socorro Pimentel, a combinação entre vulnerabilidade social e promessas de dinheiro fácil é perigosa, agravada pela baixa compreensão dos termos das apostas por grande parte da população. “Mais da metade dos nossos usuários digitais não consegue interpretar sequer os termos e condições de uma aposta online”, disse, citando dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF).

Em sua fala, a líder do governo também denunciou a aprovação recente de um projeto de lei de autoria da Prefeitura do Recife que reduziu o ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas de apostas, loterias e jogos de azar de 5% para 2%.

A medida foi aprovada em regime de urgência e, segundo Socorro, sem transparência ou debate público. “Enquanto o Polo Médico paga 5% de ISS, os negócios que alimentam o vício e a miséria da nossa juventude pagarão apenas 2%”, criticou.

Ela classificou a decisão como “um equívoco moral e administrativo”, e cobrou mais responsabilidade do poder público. “Premiar um setor que tem causado tanto sofrimento em nome de arrecadação é nivelar por baixo”, disparou.

Redação

Ouça agora AO VIVO