
O deputado Antônio Moraes (PP) ocupou a tribuna na sessão desta segunda (11) para prestar sua solidariedade à deputada Dani Portela (PSOL) – que tem sido alvo de ataques pela internet por ser autora do pedido de CPI para investigar denúncias contra a governadora Raquel Lyra (PSD) – e manifestou sua indignação com esse tipo de intimidação. Moraes, porém, voltou a criticar as acusações que considera injustas feitas contra a governadora de que estaria por trás dos ataques, conforme afirmou a parlamentar.
“Lamento profundamente esse discurso recorrente que vem sendo feito nesta casa pela oposição. Qualquer coisa que acontece, agora, é culpa da governadora. Mas a deputada Dani Portela afirmou que teria as notas fiscais desses perfis. Então, fica fácil de identificar quem de fato fez essa divulgação. Se tem nota fiscal do governo, não há o que defender. Mas acho muito improvável que existam. Até porque essa jamais foi a conduta de Raquel Lyra”, defendeu.
Ainda de acordo com o parlamentar – que é um dos vice-líderes do governo na Casa – a proposta de criação de uma CPI foi uma questão política, por não haver sequer um objeto claro de investigação, baseando-se apenas no suposto argumento de que um primo da governadora, Dódi Teixeira, estaria se beneficiando de contratos irregulares. Ele garantiu que, como um dos parlamentares mais próximos de Raquel Lyra, tem frequentado habitualmente o palácio desde a sua posse e jamais conheceu esse primo.
Clique aqui, inscreva-se e ative o sininho.
“Nunca o vi na vida, e se ele aparecesse por aqui eu não saberia reconhecê-lo”, disse, acrescentando que, que, na forma da lei, primos sequer são parentes de terceiro grau. Por conta disso, caso ele tivesse uma empresa de publicidade, estaria livre para concorrer ao contrato, sem qualquer impedimento legal, mas ressaltou que não foi o caso. “Então, pelo que entendi, o objeto da CPI é investigar apenas uma secretária e algumas salas que foram alugadas”, minimizou.
Antônio Moraes observou que não tem nada contra a Assembleia Legislativa apurar as supostas denúncias, “mas uma CPI só deveria ser solicitada no fim, caso houvesse, provas concretas que exigissem uma investigação mais profunda”, explicou. “Mas o fato é que a governadora tem trabalhado muito e incomodado os adversários, o que tem gerado uma oposição sistemática à pessoa dela”, ressaltou.
Por fim, o parlamentar governista contestou a fala de Dani Portela de que o pedido de investigação não teria qualquer conotação de gênero. “Existe sim. Estou nesta Casa há anos e nunca vi um governador sofrer tanta perseguição como Raquel Lyra. Isso é claramente decorrente do fato de ela ser mulher, assim como a vice-governadora Priscila Krause. Mas o governo não teme a CPI e vamos provar com muita clareza que não existiu nada disso e tudo aquilo que for colocado para investigação vai ser derrubado, porque os contratos foram feitos de maneira correta. Aliás, durante dois anos em que a governadora exerce o mandato, a empresa que cuida da publicidade dela ainda é a mesma da época do governo do PSB. Até porque é normal um contrato de dez anos. Na CPI vamos fazer os esclarecimentos e provar que nenhuma dessas denúncias são de verdade”, completou Antônio Moraes.