21 de agosto de 2025 às 18h20min
O ex-secretário executivo de informações estratégicas e então assessor do Gabinete da Governadora, Manoel Medeiros, pediu exoneração do cargo que ocupava no Palácio do Campo das Princesas. Em carta aberta endereçada à governadora Raquel Lyra (PSD), ele afirmou que agiu como cidadão e de forma espontânea.
“Agi como cidadão, pela minha própria e exclusiva vontade, conectado a uma militância responsável contra a corrupção que acompanha a minha trajetória desde cedo e é conhecida por muitos”, escreveu.
Na tarde de ontem (20), o jornalista foi acusado pelo presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), de ter produzido um dossiê com denúncias – segundo ele – caluniosas contra a deputada Dani Portela (PSOL), além de ser o “mentor” de uma suposta “milícia digital” que atacava opositores de Raquel Lyra e integrantes do TCE e TJPE.
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No texto, Manoel diz que sofreu uma violência ao ter sua imagem divulgada “com aparato público” nos meios de comunicação e que acionou seus advogados para processar os responsáveis, garantindo também que nesta sexta (22) vai acionar a polícia para registrar ocorrência e pedir investigação do caso.
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Confira a íntegra do texto:
Prezada governadora Raquel Lyra,
Pernambuco é terra de liberdade e há de defendê-la sempre. Como visto e amplamente noticiado, estou sendo vítima de um baixíssimo golpe de violência política patrocinado pelo presidente do Poder Legislativo estadual simplesmente porque agi livremente, como um cidadão deve viver numa democracia. Ação sem precedentes na história recente de Pernambuco e comparável a momentos de subjugação da liberdade já vividos.
Uma violência praticada aos olhos de todos e declaradamente realizada com aparato público: a Superintendência de Inteligência do Legislativo, que ilegalmente devassou a minha vida e expôs minha imagem na internet e nas TVs (“imagem cedida pela Alepe”).
A respeito disso, acionei meus advogados e processarei nas instâncias cabíveis os responsáveis, declaradamente autores da investigação pessoal contra mim, oficializada com o carimbo da Casa de Joaquim Nabuco e sem decisão Judicial. Nesta sexta-feira, irei à delegacia registrar ocorrência e pedir investigação.
Agi como cidadão, pela minha própria e exclusiva vontade, conectado a uma militância responsável contra a corrupção que acompanha a minha trajetória desde cedo e é conhecida por muitos. Saber fazer jornalismo em busca do bem comum, com provas, documentos, contraditórios e informações seguras assusta muitos. Incomoda demais. E mesmo sem temer, registro aqui a existência de ameaças veladas, vinculadas a velhas formas de fazer política, que exigem uma atenção para com minha integridade física.
Diante de tudo isso, tanto para dar seguimento à busca pela justiça, como para manter e fortalecer o meu ofício jornalístico, que é propósito de vida, comunico o pedido de desligamento da gestão estadual. Tenho orgulho de ter feito parte da gestão da senhora, contribuindo efetivamente para virarmos a página de um Pernambuco dos coronéis, quando a administração do Estado era usada em benefício de poucos.
A terra de Joaquim Nabuco, Patrono da liberdade, não há de se curvar à arapongagem, à ameaça e à perseguição. Como cidadão e jornalista, garanto: a minha luta está só começando.
“Nova Roma de bravos guerreiros, Pernambuco imortal, imortal!”
Manoel Medeiros Neto
