Artigo: A cultura e a memória de Caruaru pedem socorro

Opinião
Publicado por Américo Rodrigo
18 de setembro de 2020 às 10h33min
Foto: Vladimir Barreto

“A Casa Museu Mestre Vitalino há um bom tempo precisa de restauração. Assim como o Memorial da cidade, o Museu Luiz Gonzaga, o Teatro João Lyra Filho, o Museu da Caroá. Todos equipamentos públicos que registram a nossa história e estão esquecidos pelo atual governo municipal. Isso é uma das consequências de uma gestão que não pensa política cultural. Faz política de evento vendendo a ideia de gestão cultural. Não há fomento à cultura. A gestão da prefeita Raquel Lyra nega a nossa identidade enquanto caruaruenses ao negligenciar o cuidado com a memória da cidade. São equipamentos sem acessibilidade, sem vida, sem a devida e necessária relação com a Secretaria de Educação do município.

O presidente da Fundação de Cultura afirmou que teríamos um Fundo Municipal de Cultura, lembra? Disseram que o dinheiro do Baile Municipal iria para esse fundo. Sim, aquele baile feito sem licitação e que os “patrocinadores” abriram mão de divulgar suas marcas nas peças publicitárias que estavam nas ruas. Muito estranho, né? Deu tão certo que só rolou uma vez. E o fundo? Até agora, nada. Ficou na conversa. Típico de quem não tem compromisso com a cultura, mas com evento.

Uma pergunta: alguém, nos últimos dois anos, leu algum livro na Biblioteca Álvaro Lins? Porque, segundo o Diário Oficial, estamos pagando R$ 3.500 de aluguel por mês em uma biblioteca que não existe. E tudo feito com dispensa de licitação!

Há meses, o Museu Mestre Vitalino encontra-se protegido por toldos. Creio que, pelo tempo, o aluguel desses equipamentos já é mais caro que o valor anunciado pela prefeitura para restauração. Um desrespeito com o dinheiro público.

Ontem, a sociedade civil organizada fez um ato em frente a Casa Museu Mestre Vitalino. Um grito de solidariedade e amor à nossa memória. Diante da situação dos nossos equipamentos culturais, precisamos replicar o ato de ontem na defesa de outras estruturas. Chamar a sociedade para participar, interagir e pensar o funcionamento desses lugares que representam a memória de todos os caruaruenses.”

Daniel Finizola
Professor e vereador em Caruaru

Américo Rodrigo

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